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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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Tanto a expulsão <strong>de</strong> Gilberto <strong>de</strong> Oliveira, como a <strong>de</strong>spromoção <strong>de</strong> Manuel<br />

Gue<strong>de</strong>s parecem assentar numa teia complexa <strong>de</strong> relações interpessoais tensas,<br />

frequentemente dissimuladas com falhas <strong>de</strong> natureza comportamental no contexto da<br />

cultura <strong>de</strong> clan<strong>de</strong>stinida<strong>de</strong> ou ainda na forma <strong>de</strong> divergências ou <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> natureza<br />

política e i<strong>de</strong>ológica.<br />

Isto significava que, quando se realiza a IV Reunião Ampliada do Comité<br />

Central no final <strong>de</strong> 1952, do CC eleito no IV Congresso, restavam em liberda<strong>de</strong> ou em<br />

exercício <strong>de</strong> funções apenas seis dos seus membros – José Gregório, Sérgio Vilarigues,<br />

Joaquim Pires Jorge, Américo Gonçalves <strong>de</strong> Sousa, Júlio Fogaça e Cândida Ventura e<br />

das cooptações verificadas em Dezembro <strong>de</strong> 1948 e Março <strong>de</strong> 1949, unicamente<br />

Octávio Pato.<br />

As brechas abertas no CC, obrigam à sua reorganização com a polémica<br />

chamada a esse órgão <strong>de</strong> Júlio Fogaça que não tardará, pela sua capacida<strong>de</strong> política, em<br />

tornar-se na figura central do <strong>PCP</strong>.<br />

A <strong>de</strong>sconfiança enraizada nalguns sectores da Direcção <strong>de</strong> que Fogaça não se<br />

havia libertado das concepções ligadas à “Política <strong>de</strong> Transição” e as relações<br />

conflituosas que este, por sua vez, mantinha com muitos dirigentes e quadros, numa<br />

atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> forte animosida<strong>de</strong> que por vezes vinha do Tarrafal, dão nota <strong>de</strong> um ambiente<br />

interno tenso e com poucas alternativas na distribuição dos cargos dirigentes.<br />

O que se inicia, <strong>de</strong> seguida é justamente a recomposição <strong>de</strong>sse órgão que no<br />

essencial culminará no V Congresso, em Setembro <strong>de</strong> 1957.<br />

Quadro 3<br />

Evolução do Comité Central (Dezembro <strong>de</strong> 1952 – Setembro <strong>de</strong> 1957)<br />

Nome Profissão Nasc. Situação<br />

Júlio Fogaça Estudante 1907 Mantém-se em funções no interior do país<br />

José Gregório Vidreiro 1908 Cessa funções por doença e parte para a<br />

Checoslováquia em 1955<br />

Sérgio Vilarigues Salchicheiro 1915 Mantém-se em funções no interior do país<br />

Joaquim Pires Jorge Motorista 1907 Mantém-se em funções no interior do país<br />

Américo Gonçalves <strong>de</strong> Sousa Fundidor 1918 Preso em 29 <strong>de</strong> Setembro <strong>de</strong> 1955 e<br />

eva<strong>de</strong>-se do Aljube em 25 <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong><br />

1957, retomando funções<br />

Octávio Pato Emp. Comércio 1925 Mantém-se em funções no interior do país<br />

Cândida Ventura Lic. em História 1918 Destituída por fraccionismo em 1954.<br />

Reabilitada em 1957<br />

António Dias Lourenço Metalúrgico 1915 Eva<strong>de</strong>-se do Forte <strong>de</strong> Peniche em 20 <strong>de</strong><br />

Janeiro <strong>de</strong> 1954 e retoma funções<br />

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