19.04.2013 Views

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Santos ou no Ar Líquido, nos quarteirões industriais entre a Ajuda e a Junqueira. Ao<br />

todo 10 células <strong>de</strong> empresa, 2 das quais com secretariado e as restantes apenas com<br />

núcleo.<br />

Este Comité <strong>de</strong> Zona, organismo intermédio, em que se subdividia a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Lisboa</strong> a partir do Comité Local, controlava além das células, dois organismos para o<br />

trabalho “legal”, um para a frente unitária e outro para a luta contra a vida cara e a<br />

amnistia. A estrutura orgânica da zona completava-se com 6 Juntas <strong>de</strong> Acção Patriótica,<br />

quatro das quais em empresas 1738 .<br />

Entre os estudantes, por sua vez, como tivemos já oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> assinalar, o<br />

<strong>PCP</strong> “Sem conseguir criar uma nova organização do tipo e com a pujança do MUD<br />

Juvenil, que morrera naturalmente, mesmo antes <strong>de</strong> ser formalmente extinto em 1956 e<br />

sem reeditar ainda a experiência <strong>de</strong> uma nova organização comunista para a<br />

juventu<strong>de</strong>, (…) lança-se na criação <strong>de</strong> células e comités entre os estudantes,<br />

organicamente distintos das células <strong>de</strong> empresa e dos Comités Locais, configurando no<br />

entanto um sector específico em cada Direcção <strong>de</strong> Organização Regional on<strong>de</strong> isso se<br />

justificasse” 1739 .<br />

Assim, apesar do MUDJ ter sido formalmente extinto anos antes, no quadro da<br />

correcção do <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> direita, a política para a juventu<strong>de</strong>, em particular para a<br />

juventu<strong>de</strong> estudantil, sofreria uma inflexão <strong>de</strong> fundo, procurando ultrapassar uma<br />

tradição <strong>de</strong> estreiteza no trabalho político entre os jovens, que vinha efectivamente<br />

afunilando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> anos antes.<br />

O sector estudantil constituía-se totalmente <strong>de</strong>dicado à luta <strong>de</strong> massas nas<br />

Associações <strong>de</strong> Estudantes. A organização cresceria expressivamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> finais <strong>de</strong><br />

1961. Em três anos tornar-se-ia possível passar a dispor <strong>de</strong> uma estrutura <strong>de</strong>nsa em<br />

quatro escalões, contando com largas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> militantes, alguns muito jovens,<br />

consi<strong>de</strong>ravelmente ramificada na base, ao nível <strong>de</strong> célula <strong>de</strong> escola e entre os ensinos<br />

liceal, técnico e superior, por on<strong>de</strong> se conseguiam distribuir 700 exemplares do Avante!.<br />

Em 1964, Nuno Álvares Pereira, o controleiro do sector na Direcção <strong>de</strong><br />

Organização Regional <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> apreciava, para uso interno e no âmbito das tarefas <strong>de</strong><br />

organização que cabiam à função que <strong>de</strong>sempenhava, 41 dos quadros e militantes que a<br />

1738 Cf. I<strong>de</strong>m, Pasta 5, Zona Oci<strong>de</strong>ntal, [7]<br />

1739 João Ma<strong>de</strong>ira, Prisões <strong>de</strong> estudantes comunistas. 1964-1965, in João Ma<strong>de</strong>ira (coor<strong>de</strong>nador), Irene Flunser Pimentel e Luís<br />

Farinha, Vítimas <strong>de</strong> Salazar, <strong>Lisboa</strong>, Esfera dos Livros, 2007, pp 313-314<br />

739

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!