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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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Não está ainda aqui qualquer conceito <strong>de</strong> reforma agrária, por mais que insista em que a<br />

política económica do governo conduz à formação ou à consolidação <strong>de</strong> grupos<br />

económicos e <strong>de</strong> monopólios.<br />

Do mesmo modo, em relação à indústria ou aos transportes. Verbera-se contra as<br />

políticas <strong>de</strong> entrega <strong>de</strong>stes ramos <strong>de</strong> activida<strong>de</strong> económica ao sector privado, mas não é<br />

explicitamente formulada a ban<strong>de</strong>ira da nacionalização dos meios e sectores <strong>de</strong><br />

produção consi<strong>de</strong>rados estrategicamente <strong>de</strong>cisivos para o <strong>de</strong>senvolvimento e o<br />

progresso do país, aqui e ali sempre genericamente mencionados.<br />

Mesmo o problema can<strong>de</strong>nte da electrificação, como esteio do processo <strong>de</strong><br />

industrialização, é visto apenas do ponto <strong>de</strong> vista da população que ace<strong>de</strong> à electricida<strong>de</strong><br />

e do seu consumo per capita, o que sendo um aspecto relevante, indispensável quanto à<br />

melhoria das condições <strong>de</strong> vida, não consegue configurar um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento, para lá do aproveitamento dos recursos naturais e do aumento da<br />

produção.<br />

Porém, para além da caracterização da formação social portuguesa, o essencial<br />

do Informe Político ao IV Congresso, <strong>de</strong>bruça-se sobre a via para o <strong>de</strong>rrube do<br />

fascismo, sistematizando e aprofundando o mo<strong>de</strong>lo que ficará conhecido como a via do<br />

levantamento nacional.<br />

Consi<strong>de</strong>rando então o MUD como o alicerce legal da Unida<strong>de</strong> Nacional,<br />

apontando exaustivamente o que trouxe <strong>de</strong> novo à situação política o seu aparecimento<br />

e estruturação, como que para <strong>de</strong>ixar bem clara a importância que se lhe passava a<br />

<strong>de</strong>dicar, o Informe parte para a sistematização das principais tendência reconhecidas<br />

como nocivas que foram germinando no seu seio, justamente as tendências legalistas e<br />

<strong>de</strong>fensivas que vinham sendo criticadas pela imprensa comunista havia meses.<br />

Reafirmam-se, em consequência os principais eixos <strong>de</strong> afirmação do MUD, que<br />

consistiam na inserção e dinamização dos protestos, movimentações e lutas populares<br />

quer <strong>de</strong> carácter económico quer, mais importante ainda, <strong>de</strong> carácter abertamente<br />

político; factores <strong>de</strong>terminantes na mobilização <strong>de</strong> vastos sectores sociais, não<br />

per<strong>de</strong>ndo, todavia, <strong>de</strong> vista que a espinha dorsal da Unida<strong>de</strong> Nacional era a unida<strong>de</strong> da<br />

classe operária ou, por outras palavras, a reiteração da tese da frente única operária<br />

vertebrante da frente antifascista.<br />

Na enumeração dos erros cometidos entre congressos surgia a questão dos GACs<br />

associada a uma <strong>de</strong>signada <strong>de</strong>riva esquerdizante que via a insurreição no imediato e<br />

como resultado da acção voluntária do partido e que levava a que o combate a esses<br />

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