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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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Para a caracterização <strong>de</strong>ste núcleo dirigente, como <strong>de</strong> todo o corpo <strong>de</strong><br />

funcionários, militantes e da própria organização em geral, os dados trabalhados<br />

correspon<strong>de</strong>m ao estádio <strong>de</strong> informação recolhida e a sua precarieda<strong>de</strong> é mais sensível<br />

por se tratarem <strong>de</strong> elementos sujeitos a forte secretismo, resultantes do carácter<br />

clan<strong>de</strong>stino da activida<strong>de</strong> partidária.<br />

2. O Comité Central<br />

À saída do IV Congresso, no Verão <strong>de</strong> 1946, o <strong>PCP</strong> mantinha o núcleo dirigente<br />

que havia protagonizado a fase <strong>de</strong> consolidação do processo <strong>de</strong> “reorganização” e que o<br />

Congresso anterior, o primeiro ilegal, havia consagrado três anos antes. Dos oito<br />

membros eleitos como efectivos em 1943, sete manter-se-ão no novo Comité Central –<br />

Álvaro Cunhal, José Gregório, Manuel Gue<strong>de</strong>s, Sérgio Vilarigues, Joaquim Pires Jorge,<br />

António Dias Lourenço e Luís Gue<strong>de</strong>s da Silva.<br />

Com a conjuntura do fim da <strong>guerra</strong>, os dirigentes comunistas apercebem-se<br />

rapidamente que necessitam <strong>de</strong> um Comité Central mais alargado e é nesse sentido que<br />

proce<strong>de</strong>m a partir da importante Reunião Plenária Ampliada <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1945 – os<br />

membros efectivos passam <strong>de</strong> oito a <strong>de</strong>z e o número <strong>de</strong> suplentes, <strong>de</strong> um para três,<br />

primeiro, e para sete, <strong>de</strong>pois, com o novo Congresso. Trata-se <strong>de</strong> um crescimento ainda<br />

pru<strong>de</strong>nte, pois ainda que o conjunto dos efectivos e suplentes mais que duplique, o<br />

número <strong>de</strong> membros efectivos cresce <strong>de</strong> modo mais mo<strong>de</strong>rado, apenas <strong>de</strong> 25%. O<br />

alargamento faz-se pois através do aumento do número <strong>de</strong> suplentes.<br />

Naturalmente que esta solução respondia, antes do mais, à necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> fazer<br />

face a imprevistas substituições no corpo <strong>de</strong> efectivos, suscitada pelos efeitos da<br />

repressão. No entanto, na prática, esses quadros respon<strong>de</strong>m, sobretudo, às necessida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> crescimento e <strong>de</strong> complexida<strong>de</strong> orgânica que a euforia do final da <strong>guerra</strong> suscitara,<br />

com a entrada crescente <strong>de</strong> novos contingentes militantes, assumindo principalmente<br />

funções ao nível dos Comités Provinciais, estruturas fulcrais <strong>de</strong> direcção intermédia.<br />

Os efeitos da repressão, no contra-ataque do regime, fazem-se sentir. Alfredo<br />

Dinis, um jovem e promissor quadro, em fulgurante ascensão <strong>de</strong>ntro do Comité Central<br />

é assassinado em Julho <strong>de</strong> 1945. Fernando Piteira Santos é <strong>de</strong>stituído do CC num<br />

processo em que os efeitos da sua prisão permitiram ocultar divergências que vinha<br />

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