19.04.2013 Views

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Capítulo 6<br />

Rumo ao “Rumo à vitória”<br />

1. A correcção do “<strong>de</strong>svio <strong>de</strong> direita”<br />

A importância da fuga protagonizada por Álvaro Cunhal e outros nove dirigentes<br />

e quadros foi <strong>de</strong>vidamente salientada nas páginas do Avante! logo no segundo número<br />

<strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1960. O artigo ao longo <strong>de</strong> praticamente toda a primeira página salientava<br />

a abrir:<br />

“A fuga audaciosa da Fortaleza <strong>de</strong> Peniche <strong>de</strong> Álvaro Cunhal,<br />

Jaime Serra, Joaquim Gomes, Francisco Miguel, Pedro Soares e Guilherme<br />

da Costa Carvalho, membro do Comité Central do Partido Comunista<br />

Português e dos <strong>de</strong>stacados militantes do Partido Carlos Costa, Rogério<br />

Carvalho, Francisco Martins e José Carlos, <strong>de</strong>spertou o mais vivo<br />

entusiasmo das massas populares do nosso país.<br />

De norte a sul <strong>de</strong> Portugal e <strong>de</strong> vários países estrangeiros chegam<br />

até ao «Avante!» numerosas saudações …” 959<br />

Só por si uma fuga da prisão política do regime constituía um enorme abalo,<br />

tanto mais que, anos antes, o velho forte <strong>de</strong> Peniche sofrera um conjunto <strong>de</strong> obras para<br />

reforço da sua segurança e o próprio sistema <strong>de</strong> vigilância e <strong>de</strong> vida prisional havia sido<br />

reformado 960 .<br />

Mas acrescia a isto o facto <strong>de</strong> se encontrarem entre o grupo que se evadira para<br />

regressar à luta clan<strong>de</strong>stina, além <strong>de</strong> Álvaro Cunhal, mais cinco membros do Comité<br />

Central, três outros que ascen<strong>de</strong>riam a esse órgão nos anos imediatamente posteriores e<br />

um que retomaria funções <strong>de</strong> direcção intermédia.<br />

Salvaguardar o êxito da operação, evitando que qualquer <strong>de</strong>les fosse<br />

recapturado, consistia uma preocupação essencial, implicando o reforço das medidas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>fesa, isto é, colocá-los <strong>de</strong> “quarentena”, rigorosamente encerrados em casas<br />

clan<strong>de</strong>stinas, sem movimentações <strong>de</strong> rua e <strong>de</strong>sligados do trabalho <strong>de</strong> organização.<br />

959<br />

O nosso povo saúda a libertação <strong>de</strong> Álvaro Cunhal e dos seus companheiros, in Avante!, VI série, 286, 2ª Quinzena <strong>de</strong><br />

Janeiro <strong>de</strong> 1960<br />

960<br />

Cf. Fernando Miguel Bernar<strong>de</strong>s, Uma Fortaleza da Resistência, <strong>Lisboa</strong>, Edições Avante!, 1991, pp 93-96<br />

374

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!