19.04.2013 Views

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A maioria inclina-se para a alteração <strong>de</strong> composição, discorda que isso<br />

represente <strong>de</strong>svalorização do trabalho do CC. Serra “Não tem qualquer dúvida que<br />

participando ou não aceitará e confiará nas resoluções que o CC tornar a discutir” 711 .<br />

No entanto, parece esboçar-se internamente ao CC um documento <strong>de</strong><br />

i<strong>de</strong>ntificação <strong>de</strong>sse conjunto <strong>de</strong> posições criticadas no Documento <strong>de</strong> Outubro como um<br />

<strong>de</strong>svio <strong>de</strong> direita.<br />

Em síntese, enten<strong>de</strong>-se que o combate ao sectarismo lançado na VI Reunião<br />

Ampliada do CC abriu caminho ao <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> concepções direitistas, que se<br />

traduziram na prevalência dos contactos por cima entre as diferentes correntes<br />

oposicionistas em <strong>de</strong>trimento da acção entre a classe operária e os trabalhadores, cuja<br />

luta se subestimou, colocando-as a reboque dos acontecimentos e tuteladas pelas<br />

correntes políticas burguesas.<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se correcta a possibilida<strong>de</strong> da solução pacífica e o intervencionismo<br />

eleitoral, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que assentem na ampla mobilização e participação dos trabalhadores e<br />

das camadas populares, mas essa não tem sido a perspectiva dominante,<br />

<strong>de</strong>signadamente na imprensa partidária, <strong>de</strong> fins <strong>de</strong> 1955 a meados <strong>de</strong> 1957.<br />

Por outro lado, quis-se apressadamente constituir a Frente Nacional Anti-<br />

Salazarista, sem ter em conta o gran<strong>de</strong> peso dos erros anteriormente cometidos,<br />

liquidando-se prematuramente os movimentos legais existentes e acreditando-se na<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realização <strong>de</strong> eleições com garantias <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> e equida<strong>de</strong>, isto é,<br />

caindo-se no legalismo.<br />

Finalmente, <strong>de</strong>scurou-se a <strong>de</strong>fesa do partido e introduziu-se um estilo <strong>de</strong><br />

trabalho liberal.<br />

Estes aspectos seriam, <strong>de</strong>pois, <strong>de</strong>vidamente filtrados e convertidos numa<br />

resolução que i<strong>de</strong>ntifica o <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> direita, abrindo um período <strong>de</strong> discussão interna<br />

sobre as suas origens e consequências; <strong>de</strong>termina a suspensão da circulação do<br />

documento <strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1956, mas rejeita a publicação <strong>de</strong> um documento<br />

rectificativo; reconhece que não estavam criadas as condições para um movimento <strong>de</strong><br />

unida<strong>de</strong> mais amplo que o MND, tendo sido, por isso, prematura a sua dissolução e<br />

conclui:<br />

711 I<strong>de</strong>m, [22]<br />

“Para a correcção prática dos <strong>de</strong>svios da linha do Partido<br />

importa concentrar as nossas energias em:<br />

285

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!