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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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primeiro e Francisco Miguel, <strong>de</strong>pois, a estrutura orgânica baseou-se numa vasta re<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Comités Locais <strong>de</strong> al<strong>de</strong>ia ou <strong>de</strong> vila .<br />

Aliás o avanço da organização no Alentejo proporcionaria o rápido<br />

aparecimento <strong>de</strong> uma publicação especificamente dirigida aos assalariados agrícolas dos<br />

campos do sul – O Camponês.<br />

É neste período que <strong>de</strong>spontam as “al<strong>de</strong>ias vermelhas”, localida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> forte<br />

influência do <strong>PCP</strong>, cuja organização podia não ser muito extensa, mas influenciando<br />

vastas orlas, em que o sentimento <strong>de</strong> pertença ao <strong>PCP</strong> ultrapassava largamente as<br />

fronteiras orgânicas – Vale <strong>de</strong> Vargo, Pias, Benavila ou Baleizão, para além do Couço e<br />

<strong>de</strong> Alpiarça já no Ribatejo. Era também o caso dos centros mineiros <strong>de</strong> Aljustrel e S.<br />

Domingos, principalmente.<br />

Em 1949, na zona <strong>de</strong> Montemor-o-Novo, por exemplo, o crescimento da<br />

organização justificara a criação <strong>de</strong> um Comité Sub-Regional que se dividia em quatro<br />

zonas, agrupando <strong>de</strong>z Comités Locais 1803 . Com este, havia ainda os Comités Sub-<br />

Regionais do Lavre e Vendas <strong>Nova</strong>s, que <strong>de</strong>pendiam do Comité Regional que abrangia<br />

o Alto Alentejo oci<strong>de</strong>ntal.<br />

No Algarve, com 5,2% dos militantes em 1948, a implantação era mais<br />

significativa nos principais centros – Faro e Portimão, mas também em localida<strong>de</strong>s<br />

como Silves, Olhão e Vila Real <strong>de</strong> Santo António, em torno das duas activida<strong>de</strong>s<br />

industriais mais significativas, as conservas <strong>de</strong> peixe e a cortiça, justificando a<br />

existência <strong>de</strong> uma Organização Regional com dois Comités Regionais, um para o<br />

Barlavento e outro para o Sotavento. Com o crescimento da organização, foram-se<br />

constituindo Comités <strong>de</strong> indústria e novos Comités Locais.<br />

A organização do Algarve, que seria <strong>de</strong>smantelada pela polícia justamente em<br />

1948, era composta por militantes que chegaram ao partido a partir <strong>de</strong> 1944-45. Poucos<br />

haviam pertencido ao velho <strong>PCP</strong>.<br />

No norte, <strong>de</strong>stacava-se o Porto, com uma organização com mais <strong>de</strong> três centenas<br />

<strong>de</strong> militantes, em particular nos sectores têxtil e conserveiro, como na Senhora da Hora<br />

e em Matosinhos, on<strong>de</strong> foi possível ao <strong>PCP</strong> constituir organismos assentes num<br />

proletariado feminino. No Minho, a estrutura partidária assentava em boa medida em<br />

Viana do Castelo, Barcelos e nas jovens organizações do vale do Ave, constituídas em<br />

1803 Cf. IANTT, PIDE-DGS, PC 766/49, Auto <strong>de</strong> Perguntas a João Joaquim Machado, em 14.7.49, [15-17]<br />

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