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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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<strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sses movimentos e procurando impor ali métodos <strong>de</strong> trabalho e processos <strong>de</strong><br />

actuação empregados no Partido” 625 .<br />

A questão do MND era completamente omissa, parecendo não ter feito valia a<br />

opinião que Fogaça emitira sobre o seu completo esgotamento e falência. O MND<br />

continuaria em activida<strong>de</strong>, arrastando-se penosamente durante mais dois anos.<br />

No entanto, a dissolução do MND atravessa as próprias fileiras do Movimento.<br />

Aqueles que, na sua Comissão Central, por intuição, luci<strong>de</strong>z ou cumprimento <strong>de</strong><br />

directiva partidária começaram a levantar muito ao <strong>de</strong> leve estas questões, seriam, numa<br />

lógica reactiva, acusados por camaradas seus a quem este <strong>de</strong>bate <strong>de</strong>ntro do partido ainda<br />

não havia chegado, <strong>de</strong> <strong>de</strong>sagregadores e suspensos das suas funções.<br />

Um <strong>de</strong>stes elementos, Júlio da Silva Martins, integra a Comissão Central <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

meados <strong>de</strong> 1954, no rescaldo das prisões do núcleo histórico <strong>de</strong> dirigentes e pertence<br />

também, com Salomão Lemos <strong>de</strong> Figueiredo, à fracção do partido para o órgão<br />

dirigente do MND, directamente controlado pelo Comité Central. No ano seguinte, já<br />

funcionário do Partido, mas ainda com funções no MND, controla ao mesmo tempo a<br />

fracção agora composta, para além <strong>de</strong> Salomão, por José Morgado e Humberto Lopes.<br />

É interessante verificar como, por isso mesmo, segue <strong>de</strong> muito perto a linha <strong>de</strong><br />

argumentação expandida por Júlio Fogaça no documento <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 1955,<br />

evi<strong>de</strong>nciando um conhecimento bem razoável senão do texto pelo menos das opiniões aí<br />

inscritas:<br />

“(…) tal como existe e actua o MND não correspon<strong>de</strong> às<br />

possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> ampla unida<strong>de</strong> hoje existentes. Não constitui aquele ponto<br />

<strong>de</strong> atracção e mobilização do Povo Português que o País espera (…)<br />

As francas perspectivas actualmente existentes no nosso País para<br />

um largo movimento <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> todas as opiniões <strong>de</strong>mocráticas impõe-<br />

nos o <strong>de</strong>ver <strong>de</strong>, no interesse do Povo Português, <strong>de</strong>sfazermos todas as<br />

barreiras que dificultem essa unida<strong>de</strong>. O MND <strong>de</strong>ve ser o primeiro a<br />

<strong>de</strong>scobrir corajosamente as suas falhas, o seu sectarismo, as suas<br />

responsabilida<strong>de</strong>s e dar um passo em frente no sentido da aproximação <strong>de</strong><br />

todas as correntes <strong>de</strong> opinião <strong>de</strong>mocrática” 626 .<br />

625 Combatamos o sectarismo que isola o Partido das massas !, in O Militante, III série, 81, Maio <strong>de</strong> 1955<br />

626 Comunicação feita a A e B no dia 17/8/55, dact, pp 5-6, in TCL, 4º JC, Processo 44/56 (45069), 6º vol., apenso a fls 450<br />

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