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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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Consi<strong>de</strong>rar como componente indissociável da <strong>de</strong>fesa e da soberania e da<br />

in<strong>de</strong>pendência nacional a <strong>de</strong>núncia do Pacto do Atlântico como atentatório da soberania<br />

era, naquele estádio actual, por mais fundamentada que a reivindicação se fizesse,<br />

pouco operativa para remover obstáculos ou promover a aproximação <strong>de</strong> todo um arco<br />

<strong>de</strong> oposicionistas, on<strong>de</strong> o atlantismo era dominante.<br />

Do mesmo modo, colocar como reclamação inerente à conquista das liberda<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>mocráticas, o repúdio <strong>de</strong> negociações e compromissos <strong>de</strong> qualquer espécie com o<br />

governo e seus agentes, que contrariava o essencial da manobra política<br />

consubstanciada pela direita oposicionista <strong>de</strong> António Sérgio ou Cunha Leal.<br />

A Plataforma mínima <strong>de</strong>sdobrava-se em <strong>de</strong>talhes que não eram propriamente<br />

mínimos e que constituíam importantes reivindicações do Partido Comunista e do<br />

estreito círculo dos seus aliados que se agrupavam no MND ou no MUDJ, longe <strong>de</strong><br />

granjear simpatias ou <strong>de</strong> iniciar o <strong>de</strong>gelo com outros sectores que pu<strong>de</strong>ssem ir<br />

caminhando para reedificação <strong>de</strong> níveis políticos <strong>de</strong> unida<strong>de</strong> que se aproximassem dos<br />

da campanha presi<strong>de</strong>ncial <strong>de</strong> 1949.<br />

Nem sequer eram ainda suficientemente perceptíveis ou convincentes os sinais <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>scompressão internacional que permitissem a evolução das próprias correntes da<br />

esquerda socialista <strong>de</strong> posições anti-comunistas em que ainda rigidamente laboravam.<br />

Pires Jorge afirma, <strong>de</strong> qualquer modo, na Reunião Ampliada que “Os 3 pontos da<br />

Plataforma não são novos nem representam uma nova linha política. Pelo contrário,<br />

confirmam a justa linha política <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>fendida há muito pelo nosso Partido. O<br />

que há aqui <strong>de</strong> novo são as formas <strong>de</strong> adaptação da linha política do nosso Partido às<br />

condições objectivas actuais (...). O que há aqui <strong>de</strong> novo é a <strong>de</strong>finição das principais<br />

lutas que cabem em cada um dos pontos enunciados na Plataforma <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong>” 583 .<br />

A i<strong>de</strong>ia era dar corpo a movimentos específicos que <strong>de</strong>corressem dos problemas<br />

colocados na Plataforma, que tanto podiam ser pela <strong>de</strong>fesa das matérias-primas<br />

nacionais, como pela abertura <strong>de</strong> relações económicas e culturais com todos os países,<br />

que era o mesmo que dizer-se com a URSS, a China e os países <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia popular,<br />

ou movimentos ainda <strong>de</strong> mulheres, escritores, artistas.<br />

Nesse processo, MND, MUD Juvenil ou Movimento Nacional pela Paz <strong>de</strong>veriam<br />

ser reforçados e alargarem-se, contribuindo com a<strong>de</strong>rentes para esses movimentos<br />

específicos.<br />

583 Gomes [Joaquim Pires Jorge], Reforcemos a unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acção..., p. 19<br />

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