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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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esultado da acção <strong>de</strong>senvolvida por um núcleo <strong>de</strong> intelectuais regressados às suas terras<br />

<strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terminados os cursos em Coimbra, como Lino Lima e Armando Bacelar.<br />

Nalgumas localida<strong>de</strong>s, como Fafe em 1948, a organização era extensa. O<br />

processo policial resultante da vaga repressiva que naquele ano se abateu na localida<strong>de</strong>,<br />

envolveu 41 indivíduos, dos quais 29 operários, metalúrgicos principalmente, mas<br />

também têxteis e da construção civil. Havia-se inclusivamente constituído um Comité<br />

<strong>de</strong> classe ou <strong>de</strong> indústria no sector têxtil e havia células na construção civil, <strong>de</strong><br />

sapateiros e <strong>de</strong> alfaiates. A organização mais numerosa era a que existia numa fábrica<br />

<strong>de</strong> ferro, on<strong>de</strong> um Comité <strong>de</strong> Empresa controlava quatro células 1804 .<br />

Em Coimbra, já integrando o Comité provincial do Norte, a organização<br />

baseava-se nas pequenas oficinas da cida<strong>de</strong> e na organização estudantil e intelectual,<br />

sectores que viriam a sofrer sérios revezes repressivos nesse final <strong>de</strong> década.<br />

Já nas Beiras e em Trás-os-Montes a organização era muito dispersa e pouco<br />

numerosa, centrando-se nalgumas vilas se<strong>de</strong>s <strong>de</strong> concelho, cujos Comités Locais eram<br />

compostos sobretudo por profissionais liberais, médicos e advogados, funcionários<br />

públicos, comerciantes, gente dos ofícios e caixeiros.<br />

Havia, no entanto, bolsas <strong>de</strong> influência significativa em localida<strong>de</strong>s dispersas,<br />

como a Marinha Gran<strong>de</strong>, Tortosendo ou S. João da Ma<strong>de</strong>ira no seio <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s<br />

industriais específicas, como o vidro, os lanifícios, o calçado ou a chapelaria,<br />

respectivamente.<br />

No caso da Marinha Gran<strong>de</strong>, a organização local <strong>de</strong>pendia <strong>de</strong> um Comité<br />

Regional que abrangia também os concelhos <strong>de</strong> Alcobaça, Vieira <strong>de</strong> Leiria e Leiria,<br />

com Comités Locais em todas estas localida<strong>de</strong>s. O CL da Marinha Gran<strong>de</strong> controlava<br />

um Comité <strong>de</strong> Indústria que agrupava as células em várias empresas do sector vi<strong>de</strong>iro,<br />

<strong>de</strong>signadamente na Victris, na Companhia Industrial Portuguesa ou na Ricardo Galo 1805<br />

Em contrapartida, havia sectores muito débeis. É completamente inexpressiva a<br />

organização nas colónias, apenas com 22 militantes, evi<strong>de</strong>nciando uma subestimação<br />

que se revelaria persistente neste domínio. O mesmo aliás se verificaria no sector militar<br />

com escassas quatro <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> militantes, sendo uma organização fundamentalmente<br />

<strong>de</strong> soldados, pois a influência era residual quanto a oficiais do quadro.<br />

1804 Cf IANTT, PIDE-DGS, PC 1004/48<br />

1805 Cf. IANTT, PIDE-DGS, PC 428/49<br />

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