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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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atemorizem os patrões e os empregados não fascistas e que estes não estejam contra os<br />

operários que lutam” 364<br />

De qualquer modo, objectivamente, a “Política <strong>de</strong> Transição” e o Brow<strong>de</strong>rismo,<br />

eram como que duas faces da mesma moeda, ambas produzidas afinal no mesmo<br />

contexto internacional <strong>de</strong> aliança mundial antifascista em fim <strong>de</strong> <strong>guerra</strong>, ambas<br />

<strong>de</strong>slizando e sedimentando-se na onda insinuante que essa aliança havia projectado.<br />

A con<strong>de</strong>nação pelo <strong>PCP</strong> quer da Política <strong>de</strong> Transição quer do Brow<strong>de</strong>rismo iam<br />

mais uma vez na onda do movimento comunista internacional, masnem por isso anulava<br />

a existência <strong>de</strong> duas linhas que se iriam continuar a confrontar, naquilo que se<br />

apresentava como a mais importante querela interna <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a reorganização, tanto nos<br />

termos das divergências em questão, como dos seus impactos e das suas repercussões na<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> política do <strong>PCP</strong>.<br />

Porém, as questões subjacentes ao <strong>de</strong>bate em torno da Política <strong>de</strong> Transição<br />

eram mais remotas e, relacionando-se directamente com a questão da hegemonia<br />

i<strong>de</strong>ológica e política do partido, haviam estado bem vivas e presentes <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os anos 30,<br />

<strong>de</strong>signadamente em torno da política nos primeiros esforços para a construção da Frente<br />

Popular.<br />

3. O IV Congresso e “o caminho para o <strong>de</strong>rrubamento do<br />

fascismo”<br />

A direcção do <strong>PCP</strong> admitindo como muito próximo o fim do regime tendia ao<br />

mesmo tempo mo<strong>de</strong>rar os apelos e proclamações impetuosas que haviam caracterizado<br />

o seu discurso dominante <strong>de</strong>s<strong>de</strong> meados <strong>de</strong> 1944, numa cuidadosa inflexão <strong>de</strong> discurso.<br />

Era também a constatação <strong>de</strong> que após as greves <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1944, se verificara<br />

uma quebra evi<strong>de</strong>nte no movimento operário e popular, cujas acções, umas mais<br />

espontâneas que outras, não conseguiam ultrapassar um carácter localizado. Por mais<br />

que a imprensa partidária <strong>de</strong>stacasse as movimentações ocorridas e apelasse à<br />

necessida<strong>de</strong> unificação dos movimentos, o Secretariado percebia bem como não havia<br />

condições para que isso se verificasse.<br />

364 Cit., I<strong>de</strong>m, p. 11, [115]<br />

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