19.04.2013 Views

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

estruturas <strong>de</strong> enlace, da preparação à execução das acções, num entusiasmo e numa<br />

entrega transbordantes. E aí estava, na correcção apressada <strong>de</strong>sse envolvimento a<br />

reafirmação da velha palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> classe contra classe, sem outra justificação ou<br />

outro efeito a não ser cerrar fileiras para o reagrupamento <strong>de</strong> forças.<br />

Por sua vez, O Proletário, ilegal <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1934, para além <strong>de</strong><br />

responsabilizar os chefes da CGT, responsabilizando-os pelo <strong>de</strong>saire do movimento,<br />

acrescentava o que era, no essencial o ponto <strong>de</strong> vista do grupo <strong>de</strong> Bento Gonçalves:<br />

“Em <strong>de</strong>zoito <strong>de</strong> janeiro não podia pôr-se, sinceramente, a palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> greve<br />

geral revolucionária. O proletariado vinha apenas <strong>de</strong> romper a timi<strong>de</strong>z que o separou<br />

da luta <strong>de</strong> classes no período 1926/29” 172 .<br />

Abria-se um tempo <strong>de</strong> recuo geral em matéria <strong>de</strong> organização, uma enorme<br />

crise, implicando esforços enormes na sua superação. 173<br />

4. “os camaradas não cumpriram as orientações dadas por nós”<br />

A reorganização da CIS e da corrente comunista iniciara-se praticamente logo,<br />

quando ainda ressoavam os passos da repressão. Agarrava-se o que havia a agarrar dos<br />

militantes que conseguiram escapar à sanha repressiva. Dirigentes e activistas sindicais<br />

da CIS e do <strong>PCP</strong>, reforçam o seu carácter clan<strong>de</strong>stino, bem expresso aliás no folheto<br />

“Como se organizam e funcionam os sindicatos ilegais” 174 .<br />

Ao mesmo tempo que a repressão se abatia sobre o <strong>PCP</strong>, que se procuravam tirar<br />

lições do 18 <strong>de</strong> Janeiro, reforçavam-se os laços com o movimento comunista<br />

internacional. Francisco Paula <strong>de</strong> Oliveira passa a representar o <strong>PCP</strong> junto do<br />

Komintern, partindo para Moscovo, logo no início <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1934 para integrar o<br />

Secretariado Latino da Internacional Comunista.<br />

Por essa altura já lá se encontrava pelo menos Armando Magalhães para<br />

frequentar a Escola Internacional Lénine 175 , a que se juntariam outros quadros fugidos<br />

172<br />

O nosso partido, o movimento <strong>de</strong> <strong>de</strong>zoito <strong>de</strong> janeiro e os renegados anarco-reviraslhistas, in O Proletário, série ilegal, 3,<br />

Maio <strong>de</strong> 1934<br />

173<br />

Cf Bento Gonçalves, Duas Palavras..., p. 27<br />

174<br />

Cf IAN/TT, PIDE-DGS, P. 1500-SPS, Relatório <strong>de</strong> 21.6.35, pp 40-53<br />

175 Cf Edgar Rodrigues, Deus Vermelho, Porto, 1978, p. 31<br />

72

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!