19.04.2013 Views

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

longe quanto era possível, en função do seu estádio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e <strong>de</strong><br />

amadurecimento político.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista interno, o balanço do <strong>PCP</strong> é particularmente mais severo e<br />

traça um quadro que se a<strong>de</strong>quará bem ao estádio <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e às características<br />

da organização partidária. Por um lado, as células não tinham um funcionamento<br />

regular e, por outro, muitos dos militantes, manifestavam uma reserva pessoal que, em<br />

discordância, os abstinha <strong>de</strong> levar à prática <strong>de</strong>cisões ou directivas partidárias ou,<br />

noutros casos, com frequência <strong>de</strong>fendiam junto dos estudantes o que não havia sido<br />

discutido ou pon<strong>de</strong>rado nos organismos, o que constituíam factores mais do que<br />

suficientes para <strong>de</strong>ixar os controleiros em transe.<br />

Como concluem, a organização crescia, mas a educação leninista dos jovens<br />

quadros é que não acompanhava esse crescimento:<br />

“Em relação à nossa organização entre os estudantes, que tem<br />

muitos aspectos <strong>de</strong> que nos <strong>de</strong>vemos orgulhar, há que concluir que não<br />

basta fazer recrutamento, que é preciso elevar o nível político e i<strong>de</strong>ológico<br />

dos camaradas, educá-los para que ganhem consciência <strong>de</strong> militantes e<br />

essa educação faz-se por meio duma discussão teórica <strong>de</strong>ssas questões, mas<br />

principalmente por meio duma actuação correcta, marxista-leninista” 1172<br />

No ano lectivo seguinte, em Coimbra, Eurico <strong>de</strong> Figueiredo e Valentim<br />

Alexandre, iriam reconstituir porfiadamente a organização <strong>de</strong>smantelada pela polícia e<br />

dispersa pela ressaca do movimento. Em condições adversas, tanto mais que continuava<br />

encerrada a Associação Académica 1173 , tratavam <strong>de</strong> montar uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> células<br />

baseadas nas Faculda<strong>de</strong>s ao mesmo tempo que se apoiariam nas Repúblicas para a<br />

recomposição das Juntas <strong>de</strong> Acção Patrióticas 1174 , tão reclamada pelo partido.<br />

Os efeitos da repressão sobre a estrutura clan<strong>de</strong>stina haviam sido<br />

particularmente duros em Coimbra. Um dos funcionários, ex-estudante, que controlava<br />

a organização estudantil, preso no Porto, prestara extensas e <strong>de</strong>talhadas <strong>de</strong>clarações à<br />

polícia, que motivaram não só prisões selectivas e a <strong>de</strong>bandada <strong>de</strong> muitos militantes,<br />

como levariam ainda à prisão <strong>de</strong> dois funcionários da DORN – João Honrado e Augusto<br />

Lindolfo – que, em finais <strong>de</strong> Abril, contactavam Germano Ferreira da Costa, estudante<br />

1172<br />

Sobre a luta dos estudantes universitários, O Militante, III série, 119, Outubro <strong>de</strong> 1962<br />

1173<br />

Cf. Gabriela Lourenço et allia, Gran<strong>de</strong>s Planos…, pp 69-75<br />

1174<br />

Cf. IAN/TT, Pi<strong>de</strong>-DGS, P. 1467-E/GT, [Declarações <strong>de</strong> ] Nuno Álvares Pereira, em 6 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1964, [15]<br />

462

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!