19.04.2013 Views

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

próprio e às suas capacida<strong>de</strong>s, mas as suas i<strong>de</strong>ias são muito simplistas e foi muito<br />

influenciado pelos espanhóis.<br />

António Dias Lourenço (João), Sérgio Vilarigues (Amílcar) e Jaime Serra<br />

(Freitas) corroboram a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> distinguir responsabilida<strong>de</strong>s colectivas das<br />

individuais, sublinhando também a falta <strong>de</strong> modéstia e a agressivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fogaça.<br />

Serra acentua os efeitos <strong>de</strong>stas características ao afirmar que “Rº [Fogaça] é<br />

obstinado e influi no S[ecretaria]do e nos outros organismos” 982 ou no tratamento <strong>de</strong><br />

alguns problemas <strong>de</strong> quadros, como teria acontecido com as expulsões <strong>de</strong> Gilberto <strong>de</strong><br />

Oliveira e João Rodrigues.<br />

Deste ponto <strong>de</strong> vista, Dias Lourenço dirá mesmo que, no caso da solução<br />

pacífica, como outras agora criticadas, o assunto está na Declaração Conjunta com o PC<br />

<strong>de</strong> Espanha, mas foi Fogaça que as trouxe ao partido e, filtradas pelas suas i<strong>de</strong>ias<br />

oportunistas, as impôs, por sobreposição às que o secretariado manifestara.<br />

Neste contexto, a coberto da <strong>de</strong>limitação entre responsabilida<strong>de</strong>s individuais e<br />

colectivas, a maioria dos membros que haviam participado com Fogaça nos órgãos<br />

executivos vai-se <strong>de</strong>marcando <strong>de</strong>ssas posições, que, vão dizendo, eram, para mais,<br />

arrogantes, obstinadas…<br />

É certo que no longo <strong>de</strong>bate preparatório do V Congresso houve opiniões<br />

críticas que se levantaram em relação a Fogaça, como a <strong>de</strong> Guilherme da Costa<br />

Carvalho, mas sobre quem também não recaíam propriamente muitas simpatias<br />

pessoais. Pato salienta o seu carácter quezilento e as dificulda<strong>de</strong>s que tem em trabalhar<br />

com ele. Alexandre Castanheira (Fontes) diz que Costa Carvalho quer ser o quadro<br />

perfeito por isso critica muito, mas escreve pouco com medo <strong>de</strong> errar.<br />

Havia, no entanto, quem encarasse esta questão concreta <strong>de</strong> outro modo.<br />

Américo Gonçalves <strong>de</strong> Sousa (Abel) sustenta que era preciso não esquecer as<br />

responsabilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Fogaça na expulsão <strong>de</strong> quadros, mas isso não podia diminuir as<br />

responsabilida<strong>de</strong>s colectivas, pois no caso <strong>de</strong> João Rodrigues o informe que enquadra e<br />

suporta a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> expulsão até foi escrito por Octávio Pato. Cândida Ventura<br />

(André), vai igualmente nesse sentido ao dizer que “Estamos a cair na<br />

resp[ponsabilida]<strong>de</strong> individual, [mas] as responsabilida<strong>de</strong>s são colectivas, do CC” 983 .<br />

Estão vivos muitos dos ressentimentos gerados nos anos anteriores. Cândida<br />

refere-o, acha mesmo que muitas das questões não estão completamente resolvidas,<br />

982 [sem título], mns, p. 2, I<strong>de</strong>m, apenso a fls 200<br />

983 I<strong>de</strong>m, p. 6…<br />

384

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!