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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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na sua composição. Num dos pontos da moção aprovada se convidam “os antigos<br />

elementos da Comissão Distrital a fazerem parte da nova Comissão a constituir” 454 .<br />

A tentativa <strong>de</strong> envolvimento dos sectores não comunistas prosseguia a vários<br />

níveis com cartas a Eduardo dos Santos Silva, que presidia à Comissão Distrital, com<br />

entrevistas a Mário <strong>de</strong> Azevedo Gomes, em <strong>Lisboa</strong> e junto, naturalmente, <strong>de</strong> Norton <strong>de</strong><br />

Matos, na sua casa <strong>de</strong> Ponte <strong>de</strong> Lima.<br />

O general parece ter vacilado ao receber a <strong>de</strong>legação que o visita; torna-se<br />

possível que a dissolvida comissão volte a reunir, mas a intransigência da maioria dos<br />

seus elementos à continuida<strong>de</strong> do movimento e à manutenção das suas estruturas é<br />

irredutível. Apenas Ruy Luís Gomes, Virgínia Moura e Maximiano da Silva alinham<br />

com as Comissões <strong>de</strong> Freguesia do Porto, iniciando em Abril <strong>de</strong> 1949, a constituição do<br />

Movimento Nacional Democrático, a cuja primeira comissão central já constituída<br />

nessa primavera se juntará Maria Lamas, José Morgado, Albertino Macedo, António<br />

Areosa Feio, Pinto Gonçalves e João Saias 455 .<br />

O MND apenas conseguia juntar o <strong>PCP</strong> e um estreito círculo <strong>de</strong> aliados, muitos<br />

próximos. Do ponto <strong>de</strong> vista da abrangência unitária, representava, <strong>de</strong> facto, muito<br />

pouco.<br />

O Militante em <strong>de</strong>stacado artigo procura logo no rescaldo eleitoral sistematizar a<br />

nova orientação que não po<strong>de</strong>ndo, no entanto, ser apresentada em nome do reforço da<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong>mocrática, o que era aliás, naquele momento, perfeitamente irrealista, surgia<br />

em conexão com o “engran<strong>de</strong>cimento do partido” 456 .<br />

O artigo começa por proclamar, em engenhosa formulação, o triunfo da<br />

orientação partidária nas batalhas pela <strong>de</strong>mocracia em torno das eleições, mas<br />

assinalando ter vencido com “inabalável firmeza” incompreensões, vacilações e<br />

resistências <strong>de</strong> aliados políticos e até <strong>de</strong> militantes comunistas.<br />

As tarefas que coloca são como que corolários dos ensinamentos recolhidos no<br />

período eleitoral, cujo traço estruturante é o reforço da posição política do partido.<br />

Tornava-se essencial, em primeiro lugar, o fortalecimento i<strong>de</strong>ológico; em segundo<br />

lugar, o reforço da unida<strong>de</strong> política e <strong>de</strong> acção, obrigando à autocrítica todos os que<br />

vacilaram e ce<strong>de</strong>ram a i<strong>de</strong>ias oportunistas, que é o mesmo que dizer, que sustentaram no<br />

curso da campanha eleitoral a ida às urnas, constituindo pelos vistos e a avaliar pela<br />

454<br />

Continuida<strong>de</strong> da Oposição, in José Silva, Memórias <strong>de</strong> um operário, 2º vol...., p. 144<br />

455<br />

Cf IAN/TT, Pi<strong>de</strong>-DGS, P. 1323/49-SR, [257, 262-264]<br />

456<br />

Cf. Depois das “eleições” presi<strong>de</strong>nciais, três tarefas essenciais para o engran<strong>de</strong>cimento do Partido, in O Militante, III série,<br />

57, Março <strong>de</strong> 1949<br />

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