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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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As acções a empreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong>veriam ser cuidadosamente preparadas pelos<br />

organismos do <strong>PCP</strong> e pelas Juntas <strong>de</strong> Acção Patriótica. Notavam-se, no entanto,<br />

dificulda<strong>de</strong>s ao nível do revigoramento das JAP, a que se atribuía a função <strong>de</strong><br />

constituírem os principais órgãos <strong>de</strong> enlace com os aliados potenciais.<br />

No entanto, esses aliados estavam em larga medida impregnados <strong>de</strong> um forte<br />

<strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> radicalização através <strong>de</strong> acções violentas, o que entravava a dinamização das<br />

JAP.<br />

Apercebendo-se claramente da situação, havia quem no <strong>PCP</strong> enten<strong>de</strong>sse que era<br />

necessário manter aceso em permanência o combate político ao putchismo e às acções<br />

violentas e protestasse contra um certo abrandamento nesse domínio:<br />

“A informação política <strong>de</strong> Março não trata este ponto. A nossa<br />

imprensa <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> o fazer: por exemplo, o Avante! <strong>de</strong> Março nada diz<br />

acerca do “putchismo”. Rádio Portugal Livre pouco se tem referido a ele.<br />

Ora, hoje, se queremos revigorar o movimento das JP, <strong>de</strong>vemos ter<br />

em conta que este movimento tem já tradições “putchistas” bastante fundas<br />

e que continuam a chegar informações <strong>de</strong> grupos a comprar armas e<br />

grupos em treino <strong>de</strong> armas, isolados da acção <strong>de</strong> massas” 1179 .<br />

Reconhecia-se aqui, evi<strong>de</strong>ntemente, que o método mais eficaz <strong>de</strong> combater o<br />

putchismo era através do <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> acções <strong>de</strong> massas. A participação no<br />

período eleitoral <strong>de</strong> 1961, bem cono as manifestações <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 1962, no<br />

Porto, iam nesse sentido. Tratava-se agora <strong>de</strong> aprofundar esse caminho e as<br />

manifestações para 1 e 8 <strong>de</strong> Maio estavam na primeira linha das preocupações<br />

partidárias.<br />

As organizações do <strong>PCP</strong> empenhavam-se na sua preparação, procuravam<br />

conferir-lhes dimensão nacional, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente da força e da influência <strong>de</strong> cada<br />

Comité Local, <strong>de</strong> cada sector partidário e <strong>de</strong> cada região. Insiste-se no envolvimento das<br />

Juntas <strong>de</strong> Acção Patriótica, on<strong>de</strong> existissem.<br />

Prevendo as manifestações que se estariam a preparar a GNR ocupa literalmente<br />

ou redobra afanosamente os patrulhamentos e vigilância, <strong>de</strong>signadamente nas al<strong>de</strong>ias e<br />

vilas do sul, on<strong>de</strong> a influência do <strong>PCP</strong> era maior. Foi assim no Couço ou em Ermidas,<br />

como também em Aljustrel, o mais importante centro mineiro do Alentejo. Aqui, três<br />

dias antes do 1º <strong>de</strong> Maio, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> terem sido presos 15 indivíduos pela PIDE, a GNR<br />

1179 IAN/TT, TCL, 1º JC, P. 16395/63, Ra, O «putchismo» continua a ser um perigo que <strong>de</strong>vemos combater, Abril <strong>de</strong> 1962,<br />

mns, p. 4, apenso a fls 67<br />

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