19.04.2013 Views

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

na sua organização sindical; contra o oportunismo confusionista do<br />

sindicalismo libertário ou anarco-sindicalismo e contra a obra <strong>de</strong> traição<br />

da social <strong>de</strong>mocracia e sua infiltração no movimento operário” 141<br />

A CIS é, não obstante uma organização fraca, praticamente sem sindicatos<br />

a<strong>de</strong>rentes e que, consciente <strong>de</strong>ssa situação, vai procurar acumular forças insistindo em<br />

consignas em torno da luta contra o <strong>de</strong>semprego – subsídio, suspensão <strong>de</strong> <strong>de</strong>spejos e<br />

isenção <strong>de</strong> rendas <strong>de</strong> casa para trabalhadores <strong>de</strong>sempregados, por exemplo – e<br />

recuperando outras que criticara antes à CGT, <strong>de</strong>signadamente a <strong>de</strong>fesa da jornada <strong>de</strong><br />

trabalho inferior a oito horas, com sete para os homens e seis para as mulheres, seguros<br />

contra doença e velhice sem <strong>de</strong>scontos nos salários, licença <strong>de</strong> 30 dias antes e <strong>de</strong>pois do<br />

parto para as mulheres trabalhadoras 142 .<br />

Esta abrangência permite à CIS promover no final <strong>de</strong> 1931 uma exposição ao<br />

governo, subscrita por sessenta sindicatos, número muito acima da sua real influência<br />

no movimento sindical.<br />

Porém, a orientação dominante do Komintern no quadro da crise geral do<br />

capitalismo e do ascenso dos fascismos era a que ficou conhecida como <strong>de</strong> “classe<br />

contra classe”, o que implicava a i<strong>de</strong>ntificação da burguesia capitalista como fascizante<br />

e os socialistas como “sociais-fascistas” num confronto aberto e total do movimento<br />

operário com a burguesia em cada país.<br />

Paralelamente organizam-se e <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>iam-se acções <strong>de</strong> rua, <strong>de</strong> carácter<br />

violento, envolvendo confrontos físicos com o aparelho repressivo e inclusivamente<br />

acções que roçavam o terrorismo. Fernando Quirino, junto à Praça da Figueira, não<br />

hesitou em lançar uma bomba contra um polícia que o perseguia, conseguindo<br />

escapulir-se entre a população que lhe dificultava a fuga. 143<br />

O 1º <strong>de</strong> Maio <strong>de</strong> 1931 revestiu, por sua vez, formas <strong>de</strong> enfrentamento violento<br />

com as forças repressivas, que implicaram grupos <strong>de</strong> choque, que enquadraram a<br />

manifestação e que se acabaram por envolver em confrontos com a polícia, <strong>de</strong> que<br />

resultaram dois mortos e duas <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> feridos. A propósito, uma circular do <strong>PCP</strong> <strong>de</strong><br />

finais <strong>de</strong> Abril aborda a jornada nestes termos:<br />

“O secretariado político do <strong>PCP</strong> <strong>de</strong>liberou colocar como palavras<br />

<strong>de</strong> or<strong>de</strong>m imediatas <strong>de</strong> toda a organização a paralisação geral nesse dia,<br />

141 I<strong>de</strong>m, Grupos <strong>de</strong> Defesa Sindical. Tipo geral <strong>de</strong> bases orgânicas para a constituição das minorias sindicais<br />

revolucionárias, [93]<br />

142 Cf Fátima Patriarca, A Política social..., p. 102<br />

143 Pedro Rocha, Escrito com Paixão, Caminho, <strong>Lisboa</strong>, 1991, p. 19<br />

64

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!