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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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contribuíam para “camaradas simples duvidarem <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> importância bem<br />

maior” 1638 .<br />

A Resolução não refere propriamente esta questão, orienta-se mais para a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> elevar o nível jornalístico do Avante!, reclamando artigos mais curtos,<br />

mais correspondências em linguagem simples, sóbria e incisiva, contexto gráfico mais<br />

atraente, com recurso à fotografia e à gravura, bem como a uma paginação mais<br />

cuidada.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista gráfico, o tipo <strong>de</strong> papel, os prelos utilizados as técnicas <strong>de</strong><br />

tintagem da composição também não propiciavam a inclusão da fotografia, o que, sendo<br />

feito nalguns casos, produziu quase que invariavelmente resultados <strong>de</strong> má qualida<strong>de</strong>.<br />

Mesmo do ponto <strong>de</strong> vista da utilização da gravura, os exemplos são raríssimos,<br />

reduzidos praticamente a um tímido anúncio das emissões <strong>de</strong> Rádio Moscovo em língua<br />

portuguesa.<br />

Em inícios <strong>de</strong> 1955, a funcionalização <strong>de</strong> José Dias Coelho e Margarida<br />

Tengarrinha, dois talentosos artistas plásticos saídos da Escola Superior <strong>de</strong> Belas Artes<br />

viria alterar esta situação. A edição <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong>sse ano incluiria na primeira página, a<br />

propósito da evocação <strong>de</strong> mais um aniversário <strong>de</strong> Lenine, uma gravura sua, reproduzida<br />

a partir <strong>de</strong> uma fotografia, seguida logo em Maio da publicação <strong>de</strong> outra.<br />

De qualquer modo, a melhoria gráfica que isso representava parece titubeante<br />

até meados <strong>de</strong> 1960, altura em que o jornal começa a incluir gravuras com maior<br />

frequência, ilustrando artigos, o que acontece até Janeiro <strong>de</strong> 1962, coincidindo com o<br />

assassinato <strong>de</strong> José Dias Coelho, ocorrida no mês anterior. São gravuras representando<br />

manifestações, acções <strong>de</strong> protesto, ilustrando efeméri<strong>de</strong>s e acontecimentos relevantes do<br />

<strong>PCP</strong> ou do movimento comunista internacional.<br />

O contributo <strong>de</strong> Dias Coelho, e também <strong>de</strong> Margarida Tengarrinha, alargava-se<br />

ainda aos cabeçalhos dos títulos editados, retocando o do Avante!, mas re<strong>de</strong>senhando-os<br />

no que se refere aos boletins A Voz das Camaradas das Casas do Partido, O<br />

Ferroviário, A Terra, ou Portugal-URSS 1639 .<br />

O Avante! variava entre duas e seis páginas, procurando manter as quatro como<br />

dimensão <strong>de</strong> referência, que as dificulda<strong>de</strong>s momentâneas ou a importância e<br />

actualida<strong>de</strong> dos acontecimentos po<strong>de</strong>ria obrigar a alterar, enquanto a sua periodicida<strong>de</strong>,<br />

em regra mensal, foi quinzenal nalguns períodos e a isso aspiraria com maior<br />

1638 I<strong>de</strong>m<br />

1639 Cf Margarida Tengarrinha, Quadros da Memória…, pp 49-53<br />

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