19.04.2013 Views

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

só que a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>, mas também que a corda industrial <strong>de</strong> Vila Franca ou que a<br />

própria Margem Sul, já enquadrada pelo Comité Provincial do Sul.<br />

Se consi<strong>de</strong>rarmos aliás <strong>Lisboa</strong> e as suas coroas industriais, incluindo a Margem<br />

Sul, verificamos que aí se concentram 40,1% do total dos efectivos <strong>de</strong> base do Partido<br />

em território continental e que acrescentando os militantes do Alentejo essa<br />

percentagem se eleva a 57,4%, o que fornece a gran<strong>de</strong> mancha <strong>de</strong> implantação do<br />

Partido Comunista ao findarem os anos 40.<br />

Aqui se localizam as principais zonas <strong>de</strong> implantação tradicional do Partido – a<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> e a Margem Sul, até Setúbal, bem como a corda industrial <strong>de</strong> Vila<br />

Franca <strong>de</strong> Xira. A reorganização teria aliás contado praticamente <strong>de</strong>s<strong>de</strong> início do<br />

processo com o apoio <strong>de</strong>stes importantes sectores. Aqui, se localizavam ainda fábricas<br />

emblemáticas da influência do <strong>PCP</strong>, como a Fábrica <strong>de</strong> Loiças <strong>de</strong> Sacavém ou a<br />

Cimentos Tejo.<br />

Em 1948-49, quando Joaquim Pires Ventura é transferido da região Oeste para<br />

controlar o Ribatejo, a organização mais forte era a <strong>de</strong> Vila Franca <strong>de</strong> Xira, cujo Comité<br />

Local, compreendia células entre os marítimos, assalariados agrícolas, operários da<br />

construção civil, empregados <strong>de</strong> comércio, empregados <strong>de</strong> escritório e uma célula com<br />

elementos <strong>de</strong> várias outras profissões.<br />

Mas a organização estendia-se pelas duas margens do Tejo e alargava-se até<br />

Santarém, on<strong>de</strong> a implantação era <strong>de</strong>sigual, pois aí, por exemplo, não havia trabalho<br />

organizado e o contacto continuava a ser o advogado Humberto Lopes. Porém, em Vale<br />

Figueira existiam duas células <strong>de</strong> assalariados com cinco militantes cada uma que<br />

controlavam, por sua vez, alguns simpatizantes e em Samora Correia um Comité Local<br />

integrava três células <strong>de</strong> assalariados, enquanto que duas outras células também <strong>de</strong><br />

assalariados davam corpo ao CL da Azambuja 1800<br />

Na Margem Sul do Tejo, a organização do Barreiro era a mais importante, vinha<br />

dos anos 30 e tinha conseguido resistir aos vários golpes repressivos, baseada<br />

fundamentalmente na CUF e nas oficinas da CP, enquanto que em Almada, as<br />

organizações das empresas do sector da reparação naval, como a Parry & Son, o<br />

Arsenal do Alfeite haviam proporcionado um expressivo lastro militante que se<br />

transferira para o novo partido nos anos 40.<br />

Porém, na CUF e na CP, apesar das estruturas partidárias serem numerosas não<br />

se po<strong>de</strong> propriamente falar em gran<strong>de</strong>s lutas. No caso concreto da CP, <strong>de</strong>pois da greve<br />

1800 Cf IANTT, PIDE-DGS, P. 428/GT, Aspectos orgânicos <strong>de</strong>ste sector, mns, s.d., s.a., 1 p., [45]<br />

771

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!