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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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cima e a unida<strong>de</strong> da classe operária e os movimentos <strong>de</strong> massas como esteios<br />

fundamentais <strong>de</strong>ssa política.<br />

Convergem no entanto na constatação <strong>de</strong> que no partido se tem discutido pouca<br />

matéria política e que há um ressentimento forte em relação aos erros cometidos através<br />

do MND, o que levou a uma crise <strong>de</strong> confiança e ao aparecimento <strong>de</strong> grupos distintos,<br />

quando não se assistiu mesmo à <strong>de</strong>smobilização e ao alheamento <strong>de</strong> sectores <strong>de</strong><br />

militantes e simpatizantes. Assim, acrescentavam, naquele ambiente as diferenças <strong>de</strong><br />

personalida<strong>de</strong> e as questões pessoais facilmente assumiam proporções enormes.<br />

Concluem pela necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> acabar com os grupos e sugerem a realização <strong>de</strong><br />

reuniões <strong>de</strong> quadros com carácter inter-regional ou nacional para tratar do relançamento<br />

da unida<strong>de</strong> antifascista, colocando <strong>de</strong>s<strong>de</strong> logo no horizonte as eleições <strong>de</strong> 1961.<br />

Mas esse clima <strong>de</strong> in<strong>de</strong>finição e <strong>de</strong>sorientação era percebido no Directório<br />

Democrato-Social que ao facilitar a aproximação com gente que sabiam pertencer ao<br />

<strong>PCP</strong> não só bloqueavam posições mais arrojadas como ensaiavam o envolvimento e a<br />

atracção a alguns <strong>de</strong>sses elementos.<br />

Nestas reuniões, se diz por exemplo que o jantar <strong>de</strong> homenagem a Ruy Luís<br />

Gomes, quando este partiu para a Argentina, acabaria por ser praticamente inexpressivo,<br />

porque tendo o grupo Resistência e União procurado apoio do Directório, este não só<br />

recusou como conseguiu secar a iniciativa. Por outro lado, são vários os militantes que<br />

afirmam sentir-se namorados pelo Directório.<br />

No DD-S a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> Jaime Cortesão em elaborar um programa político <strong>de</strong><br />

incidência governamental ia ganhando corpo e este esforço era do conhecimento<br />

consi<strong>de</strong>ravelmente pormenorizado do partido. Por diversas vezes, o assunto é referido<br />

nas reuniões. Numa <strong>de</strong>las:<br />

“Nv. Diz que o programa do Directório aparecerá em breve. Têm<br />

vários grupos a trabalhar nele. Que o P. <strong>de</strong>ve ver bem qual a posição a<br />

tomar. Tem i<strong>de</strong>ia q. irá ter aceitação e apoio <strong>de</strong> largas correntes. Terá mais<br />

[<strong>de</strong>] 60 páginas. Serão copiografados 100 p/a outras tantas<br />

individualida<strong>de</strong>s o apoiarem. Só <strong>de</strong>pois disso uma Comissão dará a<br />

resolução final para ser assinado por quem quiser.<br />

Colocam relações comerciais, diplomáticas c/ todos os países,<br />

Denunciados tratados c/ Espanha, politica <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> c/ países n/ vizinhos<br />

(China, etc.). Reforma Agrária sem falarem na palavra reforma. Direito <strong>de</strong><br />

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