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O PCP e a guerra fria.pdf - RUN UNL - Universidade Nova de Lisboa

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Comunista, como em 1945, acrescentaria a exigência <strong>de</strong> adiamento das eleições, pelo<br />

que<br />

“Caso não sejam conquistadas as 3 condições mínimas e um<br />

adiamento das “eleições”, um único caminho justo se apresenta a todos os<br />

<strong>de</strong>mocratas sinceros e amigos da Paz, a todos os homens e mulheres<br />

honrados do nosso país.<br />

NÃO VOTAR PELOS FASCISTAS NEM PELA FALSA<br />

OPOSIÇÃO.” 571<br />

Os resultados eleitorais das três listas que persistiram em ir a votos foram, como<br />

era inevitável, débeis, 11,8% em <strong>Lisboa</strong>, 9,98% em Aveiro e 8,7% no Porto, totalizando<br />

perto <strong>de</strong> 44 mil votos 572 .<br />

Evi<strong>de</strong>ntemente que o <strong>PCP</strong> não hesitou nem se atrasou em consi<strong>de</strong>rar o processo<br />

eleitoral como uma burla total, <strong>de</strong>sancando naqueles que em nome da oposição<br />

teimaram em ir às urnas, responsabilizando-os pelas ilusões que semearam e pela<br />

<strong>de</strong>sorientação que introduziram ao <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>rem pontos <strong>de</strong> vista <strong>de</strong> direita,<br />

<strong>de</strong>signadamente nas questões internacionais, pois não criticaram a política externa <strong>de</strong><br />

Salazar, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ram a NATO e atacaram a URSS e os países <strong>de</strong> Democracia Popular 573 .<br />

Ao mesmo tempo, o relacionamento com as organizações Kominformianas<br />

intensificava-se. Nesse ano <strong>de</strong> 1953, foram nomeados como representantes portugueses<br />

para o Conselho Mundial da Paz, Ruy Luís Gomes e Maria Lamas, que se iam juntar a<br />

Manuel Valadares.<br />

Maria Lamas pronuncia um discurso no Meeting <strong>de</strong> Budapeste do Conselho<br />

Mundial da Paz, integralmente transcrito pelo Avante!, on<strong>de</strong> corrobora as gran<strong>de</strong>s linhas<br />

<strong>de</strong> força e os gran<strong>de</strong>s temas no domínio da luta pela Paz, acrescentando que “Dada a<br />

circunstância <strong>de</strong> Portugal ser um país que tem vastas colónias cujos povos se<br />

encontram em gran<strong>de</strong> atrazo e on<strong>de</strong> se pratica ainda o racismo e o comércio <strong>de</strong><br />

escravos, como acontece em Angola, Moçambique e S. Tomé, o Movimento da Paz em<br />

Portugal compreen<strong>de</strong> melhor a importância da organização <strong>de</strong>stes povos para a<br />

luta” 574 .<br />

A vaga anticolonial do pós-<strong>guerra</strong>, olhada com particular atenção e interesse<br />

pelo movimento comunista internacional, começa a repercutir-se em Portugal. A<br />

571 Só a unida<strong>de</strong> conduz à vitória !, in Avante!, VI série, 181, Outubro <strong>de</strong> 1953<br />

572 Manuel Braga da Cruz, A oposição eleitoral ao salazarismo, in Revista <strong>de</strong> História das I<strong>de</strong>ias, 5, 1983, p. 733<br />

573 Cf. Mais uma burla eleitoral do fascismo, in Avante!, VI série, 182, Novembro <strong>de</strong> 1953<br />

574 Os portugueses e o movimento mundial da Paz, in Avante!, VI série, 181, Outubro <strong>de</strong> 1953<br />

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