23.05.2015 Views

o_19m0e96dn7b012vq4f314k3t7da.pdf

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

alguns transientes. Um desses visitantes do outono foi nosso tranquilo amigo norte-americano,<br />

que havíamos conhecido em Cornell, Robert Boyer.<br />

Ele fez apenas uma breve visita a Cambridge, e depois de uma sessão no Departamento veio<br />

jantar conosco. Ele falou sobre sua esposa inglesa e sua<br />

filha pequena, e sobre o Vietnã, a principal preocupação dos norte-americanos naqueles dias,<br />

bem como sobre singularidades e Física.<br />

Um dia, não muito tempo depois da visita de Robert, o rádio estava tocando as manchetes das<br />

notícias, enquanto eu estava preparando o<br />

almoço e esperando Stephen voltar para casa. Desde seu retorno do Texas,<br />

George Ellis tinha gentilmente trazido Stephen para casa na hora do almoço<br />

a caminho para comer no Centro Universitário recém-inaugurado na frente<br />

ribeirinha, no final da alameda. Ouvi atentamente enquanto a notícia principal falava de um<br />

ataque de atiradores em Austin, Texas. Um maluco<br />

subiu ao topo da torre da universidade, de onde ele tinha atirado nos professores e alunos que<br />

atravessavam a praça mais abaixo. Uma das vítimas foi morta. A reportagem foi ainda mais<br />

terrível por causa da familiaridade da cena. Eu podia imaginá-la em minha mente e percebi de<br />

imediato que os tiros do atirador poderiam muito bem ter incluído alguns<br />

dos nossos conhecidos. Mais tarde naquele dia, ouvimos que Robert Boyer<br />

foi quem recebeu a bala fatal do atirador. Essa não foi uma morte por velhice ou causada por<br />

catástrofes naturais como o recente desastre Aberfan no País de Gales, ou em decorrência de<br />

uma doença prematura, era<br />

uma morte na mão brutal do homem. Havia uma verdade sóbria nas<br />

palavras duras do serviço de funeral:<br />

“... Por um homem veio a morte...”<br />

Chocados e perplexos com esse truque cruel do destino, buscamos uma<br />

forma duradoura de expressar nossa tristeza e nossa admiração por Robert<br />

Boyer.<br />

–– 14 ––<br />

UM MUNDO IMPERFEITO

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!