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totalmente exorcizado, quando Jonathan e eu nos casamos, em julho de 1997. O dia do nosso<br />

casamento provou ser uma ilha de refúgio na paisagem tumultuada de doenças, acidentes e<br />

desastres que estavam<br />

afetando nossa família e alguns amigos mais próximos. Nós mesmos não estávamos em muito<br />

boa forma. Jonathan havia sido acometido por<br />

cálculos renais durante uma apresentação em Liverpool, e eu fiquei<br />

mancando, de muletas, por algum tempo, com os ligamentos de ambos os<br />

joelhos rompidos, após um acidente de esqui. A multiplicidade de<br />

problemas que nós e as pessoas próximas e queridas havíamos sofrido deixara pouco tempo<br />

para os aspectos práticos de planejamento, e muito menos para qualquer preparação mental,<br />

emocional ou espiritual.<br />

Na verdade, nada poderia ter nos preparado para o poder emocional e<br />

espiritual desse dia. Um ou dois minutos antes de sair de casa, eu de repente me dei conta,<br />

para minha embaraçosa surpresa, que a menos de dois quilômetros descendo a rua havia uma<br />

igreja cheia de pessoas me esperando. A seguir, na chegada à St Mark na companhia de meus<br />

três filhos, nem a calma e a amigável saudação do nosso novo vigário pôde dissipar aquela<br />

sensação de espanto e admiração. Talvez suas vestes cerimoniais resplandecentes, brancas e<br />

douradas, só tenham contribuído para a poderosa qualidade onírica da ocasião – uma<br />

qualidade que se tornou avassaladora quando Robert, Lucy, Tim e eu assumimos nossas<br />

posições na varanda de onde vislumbramos meu futuro marido subindo os<br />

degraus da capela-mor. Uma onda de emoção tomou conta de nós quando o<br />

organista lançou os majestosos acordes de A chegada da rainha de Sabá e meus filhos me<br />

levaram, tremendo e incapaz de olhar para a direita ou para<br />

a esquerda, até o corredor, depositando-me ao lado de Jonathan. À minha<br />

esquerda, pálida e frágil, minha mãe se sentou na cadeira de rodas à qual<br />

acabou ficando confinada.<br />

Seguiram-se os hinos, as orações, as leituras e as canções, suas palavras<br />

cuidadosamente escolhidas, estudadas, analisadas, traduzidas em francês e<br />

espanhol, digitadas e extraídas do computador muitas vezes. Todas essas palavras ganharam<br />

vida no discurso e na música, emprestando amplitude,

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