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exterior, e não escondiam as dificuldades e a dor por trás de um sorriso corajoso. David<br />

registrou esse espírito de franqueza em um livro, escrito para se apresentar a seu filho, John,<br />

caso ele morresse antes que este nascesse ou tivesse idade suficiente para conhecê-lo. Letters<br />

to an Unborn Child é um autorretrato muito honesto e um relato comovente das batalhas a que<br />

David e Joyce foram submetidos. Também relata uma viagem de autoconhecimento quando<br />

David confronta seu grande fracasso, a<br />

ocultação de seu verdadeiro eu por trás de um exterior popular e jovial. Por meio de seu<br />

eventual trabalho como conselheiro, David descobriu uma fé reforçada no amor de Deus, um<br />

amor pessoal, incondicional, fora dos domínios do tempo e do espaço, e por meio dele ele<br />

pôde enfrentar o futuro<br />

sem medo ou rancor. O livro de David me ensinou que minhas frustrações<br />

chorosas, os ataques de raiva que eu tinha pelo descuido e a falta de consideração, em geral<br />

quando eu estava cansada além da minha<br />

resistência, eram todas as emoções válidas, uma vez que, nas palavras de David, “elas<br />

liberam os venenos que nos deixam doentes ou matam”. Em contrapartida, de acordo com<br />

David, o autocontrole imperturbável, o ato de<br />

engarrafar emoções poderosas e reprimir as emoções dos outros é<br />

insalubre e perigoso. Fiquei impressionada com a ironia de descobrir essas<br />

verdades por meio das palavras de alguém que era, talvez, ainda mais portador de<br />

necessidade especial que Stephen, alguém que por meio do próprio sofrimento havia<br />

aprendido a estender a mão e ajudar outras pessoas.<br />

Uma pessoa que também estendeu a mão a outras pessoas foi Ruth<br />

Hughes, organizadora voluntária do local de brinquedos e bicicletas<br />

infantis dos visitantes da Caltech. Refugiada dos nazistas, Ruth era notavelmente perceptiva e<br />

preocupada tanto comigo como com as crianças.<br />

Ela me surpreendeu quando fomos apresentadas dizendo que havia visto Stephen pela primeira<br />

vez no Athenaeum, o Caltech Faculty Club, e<br />

enquanto todo mundo elogiava sua coragem e seu brilho – em uma terra onde o sucesso é<br />

adorado e a insuficiência lamentada –, ela dissera a si mesma que devia haver alguém<br />

igualmente corajoso por trás dele, ou simplesmente ele não estaria ali. Ninguém nunca me<br />

havia dito nada assim<br />

antes, e me deixou desconcertada. Mais tarde, quando Stephen foi

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