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de Schubert, incluindo Die Forelle, e depois fizemos um grande jantar de despedida na West<br />

Road. Mesmo assim, eu fiquei triste<br />

por não estar presente em seu último culto de domingo. Ele tinha uma sabedoria profunda, da<br />

qual eu havia apenas arranhado a superfície; de fato, um dos seus últimos sermões, sobre o<br />

tema da busca de uma mente quieta, impressionou-me profundamente. Nele, expôs todos os<br />

aspectos da<br />

minha falta de paz: minhas preocupações, meus medos – por Stephen, por<br />

meus filhos e por mim –, minha incapacidade de descanso, as tensões e os<br />

cuidados, as frustrações e as incertezas. Ele também abordou outro grupo<br />

de distúrbios emocionais associados a uma mente inquieta: os evocados pela culpa, que não<br />

eram estranhos para mim. Minha autocensura me<br />

seguia como uma sombra ameaçadora. Eu escutava na esperança de<br />

qualquer migalha de conforto que ele pudesse jogar em minha direção.<br />

Viver no presente, disse ele, e confiar em Deus na escuridão, na dor e no medo. Então, quando<br />

ele citou a passagem bíblica dos Coríntios: “... Fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima<br />

do que podeis”, senti que suas palavras tinham a mim como alvo. A culpa, disse ele, é o risco<br />

que se corre<br />

esforçando-se sempre para o mais e o melhor; o amor é a única resposta para a culpa.<br />

Somente no amor podemos sustentar uns aos outros. Suas palavras ofereciam uma nova<br />

solução para o torturante dilema da culpa. O<br />

amor era com certeza a força que sustentava nossa casa. De acordo com isso, eu estava sendo<br />

fiel a minha promessa: eu tinha amor para todos, abundante amor materno para cada um dos<br />

meus filhos; o amor por<br />

Stephen, bem como amor por Jonathan. O amor tem muitas facetas, tanto Ágape quanto Eros, e<br />

eu queria continuar a provar meu amor por Stephen<br />

fazendo meu melhor por ele; mas, às vezes, o amor se tornava tão emaranhado por causa da<br />

legião de preocupações geradas pela<br />

responsabilidade de cuidar dele que era difícil saber onde terminava a ansiedade e onde<br />

começava o amor. O próprio Stephen se sentia insultado<br />

por qualquer menção a compaixão. Ele a equiparava à piedade e ao<br />

sentimentalismo religioso. Recusava-se a entendê-la e a rejeitava de imediato.

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