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as crianças. Eu havia recebido uma notificação<br />

para partir; havíamos sido efetivamente jogados na rua. Era hora de despertar para uma nova<br />

realidade.<br />

A única concessão que nos foi dada foi a graça de um ano para nos adaptarmos. Isso foi<br />

particularmente importante, pois Tim havia entrado no King’s College, do outro lado da rua, e<br />

teria sido o cúmulo da ironia se<br />

houvéssemos sido forçados a nos mudar exatamente quando ele entrou em<br />

uma escola a menos de cinco minutos de casa. Outra vantagem do King’s para Tim era que seu<br />

amigo Arthur frequentava também a escola como interno, assim, quaisquer que fossem as<br />

reviravoltas em casa, ele podia contar com ver seu melhor amigo todos os dias na escola. Na<br />

verdade, Tim<br />

não via Arthur só na escola, mas em casa também, porque pelos dois anos<br />

seguintes Arthur foi morar conosco. Foi um acordo muito feliz para todos<br />

os envolvidos. Arthur se tornou parte da família e deu a Tim inestimável apoio moral diante<br />

de suas circunstâncias.<br />

Foi uma sorte infinita eu não estar sozinha. Jonathan havia ficado discreta e firmemente ao meu<br />

lado, apesar de ser alvo de hostilidade considerável. Igualmente de forma discreta e com<br />

firmeza, e com paciência<br />

infinita, ele começou a remontar os cacos do que havia sido minha personalidade, ao mesmo<br />

tempo tentando lidar com o que havia<br />

acontecido. Desde o início, ele não tinha nenhuma ilusão. Sabia que nossa<br />

relação dependia de um bom equilíbrio e da aceitação de Stephen, que era<br />

dedicado à sobrevivência, e não à destruição da família. Jonathan temia a possibilidade de<br />

repercussões freudianas, mas havia subestimado os<br />

estragos que a intervenção de uma terceira parte poderia causar pela fofoca e a deturpação.<br />

Não havia nenhuma alternativa viável, uma vez que<br />

ele se importava profundamente comigo e com a família, incluindo Stephen.<br />

De minha parte, não só não poderia suportar: eu não poderia sobreviver sem ele. Ele arcava<br />

com a sobrecarga física, e em seus braços eu encontrei a almejada segurança emocional. A<br />

nova realidade nos aproximou, embora sem nenhuma alegria ou euforia, só com tristeza pela<br />

traição de nossas melhores intenções, juntamente com o silencioso alívio de que o longo

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