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outra alternativa senão seguir com a viagem, na esperança de que<br />

conseguíssemos chegar ao nosso destino. Por fim, segurando com força o volante resistente,<br />

virei o carro com alívio no pátio do Carlton House Terrace, para então embarcar na sequência<br />

ensaiada de procurar o grupo<br />

habitual de porteiros idosos, tirar as várias partes da cadeira de rodas para fora do carro,<br />

montando-a, estacionando a cadeira ao lado do banco do passageiro e em seguida, levantando<br />

Stephen sob os braços e colocando-o<br />

de volta na cadeira. Em seguida, os porteiros tiveram de ser instruídos no<br />

levantamento cuidadoso da cadeira até o inevitável lance de escadas da entrada principal.<br />

Dessa vez, a sequência foi mais complicada, pois o carro, assim como Stephen, precisava de<br />

atenção: o pneu dianteiro do carro estava furado.<br />

Como em muitas outras ocasiões, a ajuda veio do lugar de onde menos<br />

se espera. Foi o secretário da própria Royal Society – um homem de poucas<br />

palavras, perturbado com as demandas dos convidados mais importantes e<br />

do significado da ocasião, pelos quais ele era o responsável – quem ficou de mãos e joelhos<br />

no chão, vestido em seu belo terno cinza-escuro, e trocou o<br />

pneu para nós quando, sem sabermos, estávamos sendo regiamente<br />

entretidos em um almoço formal por outro cientista de Cambridge, o presidente da Royal<br />

Society, Sir Alan Hodgkin. A admissão ocorreu no início<br />

da tarde em meio a muito cerimonial no auditório. Discursos foram feitos<br />

para apresentar cada novo membro que, em seguida, subia à plataforma para assinar o livro de<br />

admissões. Quando chegou a vez de Stephen, caiu um silêncio sobre o público e o livro foi<br />

levado para baixo do pódio para sua assinatura. Ele inscreveu seu nome devagar e com<br />

cuidado em meio a<br />

um silêncio tenso. Seu toque final foi saudado por uma explosão de aplausos, que trouxe um<br />

sorriso exultante em seu rosto e lágrimas aos meus olhos.<br />

Stephen não foi o único cientista de Cambridge a ser homenageado<br />

naquele ano, nem mesmo o único físico do Departamento. John<br />

Polkinghorne, o professor de Física de Partículas, também estava sendo admitido na Royal<br />

Society, e na mesma ocasião. Tendo atingido o apogeu de

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