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medieval de céu ou inferno, ele é, em muitos aspectos, um ambiente mais<br />

hostil do que sua contrapartida medieval mais organizada, mesmo que apenas por causa de<br />

suas condições extremas de temperatura e suas vastas<br />

extensões de espaço e tempo em que a raça humana parece viver em isolamento solitário. Em<br />

1968, por um momento fugaz, parecia que<br />

poderíamos não estar sozinhos na imensidão escura do espaço, afinal das<br />

contas. Em uma tarde, em fevereiro daquele ano, quando cheguei ao<br />

Departamento, o salão de chá estava movimentado com a emoção. Uma<br />

estudante de pesquisa em radioastronomia, Jocelyn Bell, e seu supervisor Antony Hewish,<br />

tinham captado sinais de rádio regulares que pulsavam do<br />

espaço exterior através da linha de radiotelescópios posicionados ao lado da antiga linha<br />

férrea entre Cambridge e Oxford, em Lord’s Bridge, que ficava a coisa de cinco quilômetros<br />

fora de Cambridge. Poderiam esses sinais ser nosso primeiro contato com a vida<br />

extraterrestre, os pequenos homens verdes, talvez? Brincando, eles batizaram de PHV as<br />

primeiras fontes dessas ondas de rádio. A excitação se esvaziou quando as fontes dos<br />

pulsos de rádio foram identificadas como estrelas de nêutrons, minúsculos<br />

restos de estrelas, possivelmente com apenas vinte quilômetros de<br />

diâmetro, com densidades em massa de centenas de milhões de toneladas<br />

por polegada cúbica. Não havia nenhuma possibilidade de que as estrelas de nêutrons<br />

pudessem suportar a vida.<br />

Enquanto os cosmólogos do século XX ainda pudessem manter alguns<br />

tênues pontos conceituais comuns com o sistema de Ptolomeu através do<br />

princípio antrópico, e pudessem respeitar o intelecto dos filósofos antigos<br />

do século XII de Chartres, Oxford e até Bingen no Reno, os seminários medievais dos Dronke<br />

serviram para pôr em perspectiva clara a muito divergente abordagem moderna sobre o tema<br />

da criação. A principal<br />

intenção dos filósofos do século XII foi dirigida para a reconciliação da existência de Deus<br />

com os rigores das leis da ciência, unificando assim a imagem do Criador com a<br />

complexidade científica de sua criação. Para esse<br />

fim, Alan de Lille tentou reconstruir a Teologia como uma ciência

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