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demandante.<br />

Manter a casa funcionando e cuidar de Stephen no hospital não era, de<br />

jeito nenhum, toda a extensão de minhas responsabilidades. Havia muitos<br />

assuntos a ser resolvidos, como o não menos importante futuro do livro de<br />

Stephen. Ele existia como um primeiro rascunho manuscrito, que havia sido aceito por uma<br />

editora. Assim que o contrato foi assinado, no verão de<br />

1985, uma editora de Nova York começou a trabalhar no manuscrito, e sua<br />

carta com as críticas preliminares esperava por Stephen quando voltamos à<br />

Inglaterra. Contudo, Stephen não estava em condições de lê-la. Não foi nenhuma surpresa o<br />

fato de que o manuscrito não era publicável nessa forma inicial, visto que vários dos<br />

conceitos que continha eram muito obscuros para o consumo popular. Eu mesma o havia lido e<br />

marcado em vermelho as passagens em que a ciência era incompreensível, e os editores<br />

destacaram que isso reduziria as vendas pela metade. Em suas<br />

circunstâncias atuais, era improvável que Stephen conseguisse fazer as mudanças fundamentais<br />

necessárias. A menos que o manuscrito pudesse<br />

ser alterado por um ghost writer, talvez tivéssemos de devolver o adiantamento, pago pouco<br />

antes do início das férias de verão. Procurei um<br />

dos ex-alunos de Stephen, Brian Whitt, para pedir ajuda com a reescrita, mas todas as outras<br />

considerações a esse respeito coloquei<br />

temporariamente no fundo de minha mente, pois havia outros assuntos muito mais prementes na<br />

frente.<br />

Quando Stephen começou a fazer progressos e foi transferido para a ala<br />

neurológica, seu eventual retorno à casa foi debatido como uma nítida possibilidade. Não<br />

estava totalmente claro como isso seria feito, tendo em<br />

vista que, sem dúvida, Stephen precisaria de enfermagem especializada vinte e quatro horas<br />

por dia. Nosso sistema anterior, descontraído, de apoio de enfermeiros psiquiátricos em<br />

horários específicos e por períodos<br />

limitados não seria mais suficiente, nem a formação psiquiátrica deles era<br />

adequada para lidar com o que era, essencialmente, uma situação médica crítica. A<br />

traqueostomia que salvou a vida de Stephen também trouxe seus

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