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apresentou, e não havia nenhum<br />

sinal de Loossee Hokking entre a multidão de criancinhas esperando<br />

pacientemente ali dentro. Um grande tumulto se seguiu. Poderia Loossee Hokking ter sido<br />

sequestrada – o pior medo da escola – em seu primeiro dia? O lugar estava um caos.<br />

Estacionei o carro e entrei. O diretor saiu correndo de sua sala e um bando de senhoras de<br />

meia-idade se espalhou em todas as direções na busca frenética pela criança perdida. Não foi<br />

difícil encontrar Loossee Hokking. Ela havia gostado tanto da escola que saíra do<br />

almoço e tinha a intenção de ficar até as 14h30. Depois disso, ela saía da escola às vezes<br />

temperamental, exausta, pois era um longo dia para uma criança de três anos.<br />

As crianças encontraram um novo amigo em Shu, de oito anos, filho de<br />

nossos vizinhos japoneses, Ken e Hiroko Naka, que haviam vivido durante<br />

algum tempo em Cambridge antes de se mudarem para os Estados Unidos.<br />

Ken era biólogo especializado em olhos de peixe-gato, uma espécie de raridade científica<br />

muito semelhante ao olho humano. Os Naka não só levavam Robert e Lucy para a escola todas<br />

as manhãs depois daquele primeiro dia, como também planejavam todos os tipos de<br />

expedições a parques de diversões e praias para as três crianças. Como descobri quando<br />

buscava as crianças na escola no período da tarde, a conversa de Shu era salpicada com<br />

jargão de computador. Enquanto Lucy balbuciava<br />

incontrolavelmente, Shu realizava seu próprio monólogo e Robert assentia<br />

com sabedoria; sem dúvida, foi por isso atraído para sua primeira<br />

introdução à Tecnologia da Informação, ciência que viria a ser sua carreira.<br />

Deliciando-se com sua recém-encontrada independência, Stephen também<br />

em segredo se alegrava por ser a estrela do campus – onde ficava sentado<br />

em uma sala com ar-condicionado durante o dia todo. Rampas surgiram por todos os lugares<br />

no campus, bem como na entrada da garagem de casa.<br />

Ele tinha a própria secretária, Polly Grandmontagne, e uma fisioterapeuta<br />

regular, Sylvie Teschke, cujo marido, um relojoeiro suíço, com ansiedade antecipava o fim de<br />

sua vida com o advento dos relógios de quartzo.<br />

Bernard Carr, aluno de Stephen, começou a se adaptar à rotina de nossa casa, infalivelmente<br />

alegre apesar de seu regime um tanto errático, que consistia em me ajudar a colocar Stephen

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