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As origens do universo dominaram minha imaginação durante toda a<br />

minha vida de casada e antes disso. Minha mãe costumava apontar as constelações, cintilantes<br />

contra a clareza brilhante não poluída do céu noturno de Norfolk quando Chris e eu éramos<br />

crianças. Ainda nos anos 1970, a iluminação terrestre era escura o bastante para que Robert,<br />

Lucy e<br />

eu fôssemos capazes de olhar para o céu à noite e nos maravilhássemos com a remota beleza<br />

das estrelas como lantejoulas que brilham na<br />

escuridão. Podíamos especular sobre distâncias imensuráveis e intervalos<br />

de tempo incompreensível e admirar o gênio – pai deles e meu marido –<br />

que podia transformar esse infinito espaço e tempo em equações<br />

matemáticas e logo em seguida decorá-las – como se, de acordo com Werner Israel, estivesse<br />

compondo uma sinfonia inteira de Mozart na cabeça. Essas equações tinham a chave para<br />

muitas questões sobre nossas<br />

origens e nossa posição no universo, não menos que para a questão mais importante da<br />

natureza de nosso papel como minúsculos habitantes de um<br />

planeta insignificante que gira em torno de uma estrela comum nos confins<br />

de uma galáxia normal. Essas perguntas apelavam à minha imaginação, mesmo sendo meu<br />

conhecimento sobre Física e Matemática apenas<br />

rudimentar. Em contraste, as colisões de partículas invisíveis,<br />

principalmente quando essas partículas não eram apenas invisíveis, mas imaginárias, não<br />

despertavam meu interesse com a mesma paixão que a extraordinária viagem mental através<br />

de bilhões de anos-luz até o início do<br />

espaço e do tempo. E tenho de confessar, nem o conjunto de cientistas com<br />

quem Stephen se associava agora me atraía. Em geral, os físicos de partículas eram um bando<br />

seco e obsessivo de cientistas pouco<br />

preocupados com o contato pessoal, mas muito preocupados com as<br />

próprias reputações científicas. Eles eram muito mais agressivamente<br />

competitivos do que os descontraídos e amigáveis relativistas com quem nos havíamos<br />

associado no passado. Eles assistiam às conferências e compareciam aos eventos sociais<br />

organizados em sua homenagem, mas,

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