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após a cortina baixar para ir cumprimentar Stephen. Em casa eu cantava sempre que podia,<br />

treinando meu repertório para a primeira apresentação<br />

pública. O bebê respondia com apreço, animado, chutando forte no ritmo da música.<br />

Estávamos ensaiando com dois objetivos musicais em vista. Um<br />

era minha entrada no Cambridge Competitive Festival em março, e outro,<br />

em fevereiro, era um concerto beneficente que nós e alguns músicos amigos de Jonathan íamos<br />

dar em casa. Convidamos quantas pessoas<br />

caberiam na sala de estar, e, seguindo a tradição das inúmeras festas em nosso imóvel,<br />

servimos comida e bebidas no intervalo. Depois, em um estado avançado de gravidez e mais<br />

avançado ainda de nervosismo, fiz minha primeira apresentação pública – além do solo<br />

ocasional na Igreja.<br />

Ela consistiu em duas canções folclóricas de Benjamin Britten e duas canções de Fauré; com<br />

as quais eu também concorreria na competição. O<br />

público foi gentilmente apreciativo, e ao sair, fez doações generosas para nossas duas causas<br />

beneficentes: pesquisas sobre leucemia e a Motor Neuron Disease Association, que havia sido<br />

fundada recentemente e na qual Stephen era patrono dos pacientes. Quando, havia muito<br />

tempo, sua doença fora diagnosticada, disseram-nos que era muito rara, que pouco se<br />

sabia sobre ela, e que como poucas pessoas padeciam dela não havia base<br />

para um grupo de apoio. Nada disso era verdade. Por meio da Associação<br />

descobrimos que a doença – também conhecida nos Estados Unidos como<br />

doença de Lou Gehrig – nome do atleta que padeceu dela nos anos 1930 –<br />

era, de fato, bastante difundida. A qualquer momento poderia haver tantos<br />

diagnósticos de ELA quanto portadores de esclerose múltipla, doença que<br />

até então recebia muito mais publicidade porque havia mais sobreviventes.<br />

A ELA se desenvolve muito mais rapidamente – em geral em dois ou três anos –, distorcendo<br />

as estatísticas e deixando os pacientes e suas famílias<br />

nas mãos da crise, sem tempo nem oportunidade de criar organizações de<br />

apoio ou grupos de autoajuda. Com a fundação da Associação algumas informações, por fim,<br />

foram disponibilizadas. Verificou-se que a ELA poderia surgir em uma de duas formas: a<br />

forma aguda, que paralisa os músculos da garganta da vítima, precipitando sua morte, e a

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