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permissão para pôr os pés na casa, às 19h30, sua reação<br />

foi pragmaticamente simples: ele chamou uma ambulância imediatamente,<br />

tranquilizando Stephen dizendo que ele estaria em casa de novo em dois dias.<br />

Certamente foi providencial que, naquele mais negro momento quando<br />

chegamos para a internação – com Stephen pensando que estava prestes a<br />

ser confinado a uma maldita cela, e eu, na angústia da incerteza, impotente, acariciando seu<br />

braço –, o som de uma voz familiar, confiante e autoritária<br />

surgisse da sala dos médicos. Pertencia a John Stark, o médico torácico que<br />

levava Robert para a escola todos os dias. Stephen não podia deixar de respeitar John como<br />

amigo, fosse qual fosse sua opinião sobre os médicos<br />

em geral, e eu estava muito feliz por encontrar alguém com autoridade que<br />

pudesse tomar conta da situação sem exigir longas explicações; alguém com competência<br />

médica para me aliviar da responsabilidade impossível de cuidar de um paciente muito doente<br />

sem ajuda. No entanto, como Stephen era tão impotente para se comunicar com mais que<br />

poucas<br />

pessoas, e por causa de seu terror de receber alimento ou medicação que<br />

pudesse ter efeitos nocivos, fiquei no hospital ao lado da cama a noite toda.<br />

O dia seguinte trouxe discreta melhora de sua condição – havia sido diagnosticada uma<br />

infecção torácica aguda –, conforme ele gradualmente começava a subir os primeiros degraus<br />

da escada rumo à recuperação, e dois dias depois, estava muito mais alegre e parecia<br />

suficientemente bem para voltar para casa.<br />

Nesse meio-tempo, a vida em casa havia retomado uma aparência de<br />

ritmo normal. Meus pais haviam ido cuidar das crianças, Lucy fora para a<br />

escola e Robert a uma excursão da escola para York. Quando Alan e eu pegamos Stephen no<br />

hospital, em 1º de abril, acalentamos a ingenuamente<br />

otimista esperança de que poderíamos voltar ao normal imediatamente.<br />

Nem bem chegamos à casa, tão ansioso, Stephen começou a engasgar<br />

violenta e incessantemente e quase imediatamente caiu para trás em um estado de desespero.<br />

Não havia nada que pudéssemos fazer para ajudá-lo

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