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Caderno de Resumos - Celsul.org.br

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metalinguagem e epilinguagem, o presente estudo tem se <strong>de</strong>dicado, noambiente empírico afasiológico, à i<strong>de</strong>ntificação e à caracterização dotrabalho reflexivo e intersubjetivo que os sujeitos empreen<strong>de</strong>m nosprocessos interlocutivos em situações conflituosas, <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sentido, em que observamos ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> correção da fala. Privilegiandoinstâncias <strong>de</strong> uso real da linguagem para nos perguntarmos so<strong>br</strong>e a estruturae o funcionamento das ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> correção, partimos <strong>de</strong> um corpusconstituído por dados transcritos <strong>de</strong> encontros semanais doCCA(IEL/UNICAMP), espaço interativo <strong>de</strong> que participam sujeitos afásicose pesquisadores em uma espécie <strong>de</strong> “réplica da socieda<strong>de</strong>” na qual atuam emum “jogo discursivo” que os o<strong>br</strong>iga a “constantes tarefas <strong>de</strong> reformulação,<strong>de</strong> ajustes enunciativos, <strong>de</strong> indicações <strong>de</strong> intuições manifestas ou pretendidas,<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quação do estilo e do ‘código’ comum” (cf.Morato, 2005). Tomando areferenciação como "ato <strong>de</strong> enunciação" no qual o sujeito transforma osreferentes lingüísticos em “objetos <strong>de</strong> discurso”, averiguamos que processoscomo promptings, especularida<strong>de</strong>, complementarida<strong>de</strong> e reformulações sãolevados a cabo por afásicos e não-afásicos, <strong>de</strong> acordo com escolhas lexicaisdos sujeitos, reconhecimento <strong>de</strong> implícitos, das posições enunciativas que ossujeitos ocupam, etc. Neste sentido, discutimos o quanto a interlocuçãorevela o caráter não apenas colaborativo, mas mais profundamente, dialógicona emergência <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s epilingüísticas em situações <strong>de</strong> reformulação,a<strong>de</strong>quação, negociações <strong>de</strong> sentido. Investigar o caráter mais ou menosconsciente da metalinguagem (tomada num sentido amplo), permite observarna afasia não uma perda estrita da capacida<strong>de</strong> reflexiva ou do controle dareferência, mas a constante ação dos falantes (afásicos e não afásicos) com eso<strong>br</strong>e a linguagem.REFERENCIAÇÃO E AFASIA: REFLEXÕES ACERCA DACATEGORIZAÇÃOCarolina Raizer (IEL/UNICAMP)O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é trazer à cena uma reflexão acerca dareferenciação e <strong>de</strong> como a língua a <strong>org</strong>aniza. Interessa-nos observar <strong>de</strong> quemaneira se estabelecem na enunciação as re<strong>de</strong>s lexicais, que formam, porsua vez, re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> relações nas quais os elementos se integram com a culturae com as ações praticadas pelos falantes em interação. Nesse sentido, acategorização é um tipo <strong>de</strong> processo referencial significativo, porque através<strong>de</strong>la é possível verificar como ocorre a <strong>de</strong>terminação referencial, dada a re<strong>de</strong>lexical em que as palavras se encontram e seu contexto lingüístico esituacional. A Afasiologia se mostra como uma área em que se po<strong>de</strong>visualizar na língua o sentido como sendo construído conjuntamente pelossujeitos em interação porque, não obstante suas dificulda<strong>de</strong>s neurológicas ealterações na capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> realizar operações metalingüísticas, os afásicospredicam, e isso porque as alterações metalingüísticas, próprias das afasias,parecem não afetar <strong>de</strong> todo a competência lingüística lato sensu dos sujeitos,que inclui outros processos semiológicos que extrapolam o estritamente169

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