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Caderno de Resumos - Celsul.org.br

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(levar em conta o trecho entre parêntesis só permite uma interpretação literal<strong>de</strong> ‘puta’). Finalmente, ‘puta’ ou ‘baita’ não se combinam com verbos:(4) João * fala puta/ * puta fala.Assim, eles têm uma forma como:(5) Det puta/baita N (adj)Argumentaremos que para interpretarmos (1) não precisamos propor que há,na estrutura semântica, um adjetivo presente so<strong>br</strong>e o qual ‘puta’ ou ‘baita’atua. Para tanto vamos aproximar (1) do fenômeno conhecido comocomparação <strong>de</strong> protótipo.Juntamente com essas duas palavras, analisaremos<strong>br</strong>evemente, a título <strong>de</strong> comparação, o uso como quantificadores chulos <strong>de</strong>locuções como ‘pra caralho’, ‘pra cacete’, ‘pra chuchu’, etc. Diferentemente<strong>de</strong> ‘puta’ e ‘baita’, essas locuções não funcionam sem um adjetivo explícito((6)) e po<strong>de</strong>m indicar iteração ((7)), duração ((8)) ou alguma intensificaçãodo evento indicado pelo predicado verbal ((9)):(6) * João assistiu um filme pra caralho. (com ‘pra caralho’ atuando so<strong>br</strong>e‘um filme’)(7) João assistiu Bla<strong>de</strong> Runners pra caralho.(8) João leu pra caralho hoje.(9) João estudou pra caralho. (não em relação ao tempo, mas à <strong>de</strong>dicação doestudo).Feito isso, apresentamos uma discussão so<strong>br</strong>e o estatuto <strong>de</strong> classe <strong>de</strong> palavra<strong>de</strong> ‘puta’ e ‘baita’, procurando <strong>de</strong>cidir se eles são adjetivos ou advérbios.Concluiremos que são advérbios. Finalmente, esboçamos uma semânticapara ‘puta’. Informalmente, ele aponta para um grau acima do grauconsi<strong>de</strong>rado padrão em certo contexto. Assim, para (1) dada uma escala <strong>de</strong>filmes, ele situa o filme em questão acima <strong>de</strong> um filme tomado como padrão.Ou seja, trata-se <strong>de</strong> um filme acima do padrão. Na presença explícita <strong>de</strong> umadjetivo, como em (2), ele opera da mesma maneira: indica que o filme emquestão está acima da média numa escala <strong>de</strong> filmes ruins, isto é, ele é ruimacima da média (do que o falante consi<strong>de</strong>ra um filme ruim). Dessa forma,semanticamente ele se aproxima <strong>de</strong> ‘muito’.CONSTRUÇÕES RELATIVAS DE NOVOLuiz Arthur Pagani (UFPr)No capítulo 8 <strong>de</strong> sua Introdução às Gramáticas Categoriais (texto aindanão publicado, <strong>de</strong> 1999), intitulado “As construções relativas”, José B<strong>org</strong>esNeto propõe um tratamento unificado para as construções relativas através<strong>de</strong> uma versão da Gramática Categorial, chegando principalmente a umaunificação polimórfica das três categorias inferidas para as váriasocorrências do pronome relativo. Além <strong>de</strong>sse capítulo, B<strong>org</strong>es tambémorientou uma dissertação <strong>de</strong> mestrado, intitulada Gramáticas Categoriais:O Mo<strong>de</strong>lo AB e as Orações Subordinadas Adjetivas, <strong>de</strong> Wan<strong>de</strong>rley VieiraParis Júnior, na qual também se trata do mesmo tipo <strong>de</strong> estrutura. Em ambos219

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