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Caderno de Resumos - Celsul.org.br

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sistematização das diversas formas <strong>de</strong> insulto e <strong>de</strong>safogo. Através <strong>de</strong>entrevistas semi-estruturadas que preservam a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> do falante, ainvestigação preten<strong>de</strong> escolher sujeitos que tenham histórico <strong>de</strong> vida na RCI,consi<strong>de</strong>rando as variáveis da faixa etária e do gênero. Após transcrever asgravações e confrontá-las com os dados obtidos por oitiva, haverá seleção eagrupamento dos dados por categorias e por esferas <strong>de</strong> significados, atéchegarmos à <strong>de</strong>scrição e explicação do léxico do falar torpe. O estudo <strong>de</strong>autores como Benveniste (1989), Tomás <strong>de</strong> Aquino (1980), Härin (1960),Hughes (1991) e Garrioch (1997) mostra a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se estabelecerprecisão terminológica, <strong>de</strong>finindo em português os âmbitos <strong>de</strong> significaçãodo palavrão, da blasfêmia, da imprecação, do insulto, do tabu. O estudo dao<strong>br</strong>a <strong>de</strong> Tartamella (2006) evi<strong>de</strong>ncia a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aprofundar análise <strong>de</strong>elementos culturais e contextuais na própria i<strong>de</strong>ntificação do turpilóquio, emostra a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> empregos da linguagem torpe conforme o estadoemocional do falante. Tartamella (2006) aponta também para a história,anotando exemplos claros do uso do palavrão, por ele consi<strong>de</strong>rado um passoa mais no rumo da civilização, pois a agressão com palavras substituiu aagressão com paus e pedras (TARTAMELLA, 2006, cap. 1). Enquanto asentrevistas são efetuadas, a análise da utilização <strong>de</strong> linguagem torpe emruínas antigas <strong>de</strong> Pompéia e Óstia revela longínquos ancestrais <strong>de</strong> palavrõesitálicos. Revela também uma maneira <strong>de</strong> ver o mundo, que parece terencontrado mais tar<strong>de</strong>, na moral cristã, um novo alvo para ofensas, naexpressão da raiva, da insatisfação e do medo. Há marcas <strong>de</strong>sse percurso nospalavrões empregados hoje na RCI.LÉXICO E GÊNERO: UMA RELAÇÃO FUNDAMENTALSílvia Mara <strong>de</strong> Melo (UNESP)Propomos examinar o conjunto lexical presente nos autos <strong>de</strong> instituiçõesjurídicas, as quais são representadas por promotores, advogados e juízes. Oemprego <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s léxicas do cenário jurídico é alvo hoje <strong>de</strong> controvérsiano que diz respeito ao “juridiquês”. Tanto magistrados quanto os nãoiniciados nas práticas jurídicas <strong>de</strong>monstram suas inquietações em relação aoléxico erudito em processos judiciais. Enten<strong>de</strong>mos que o emprego <strong>de</strong> umconjunto lexical em que figuram expressões em latim, palavras arcaicas eeruditas possam ser compreendidas à luz <strong>de</strong> uma abordagem tanto do gêneroquanto do discurso. Partimos do pressuposto <strong>de</strong> que o gênero impõe uma<strong>de</strong>terminada maneira <strong>de</strong> se escrever e <strong>de</strong> se expressar. A escolha lexical queum sujeito faz ao elaborar um enunciado está relacionada à coerção dogênero. Desse modo, acreditamos que as unida<strong>de</strong>s lexicais que figuram naspetições estão submetidas a esse tipo <strong>de</strong> coerção. A discussão em relação aogênero é hoje bastante calorosa, e há, entre várias vertentes lingüísticas,autores que abordam a problemática sob diferentes óticas. Tomamos osdizeres <strong>de</strong> Bakhtin e <strong>de</strong> Maingueneau no que se refere ao gênero, pois amboslevam em consi<strong>de</strong>ração os aspectos da língua na sua relação com ativida<strong>de</strong>ssociais e institucionais envolvendo o indivíduo. Não estamos propondo um256

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