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Caderno de Resumos - Celsul.org.br

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composicionalida<strong>de</strong> conceitual” <strong>de</strong> bater as botas e jogar a toalha. Contudo,mesmo expressões fixas e aparentemente não-composicionais como bater asbotas apresentam características interessantes, que as diferenciam dos itenslexicais com os quais parecem estar “associadas conceitualmente”.Compare-se:(1) a. João morreu <strong>de</strong> câncer/com a hemorragia/ sofrendomuito.b. João bateu as botas *<strong>de</strong> câncer/ ??com a hemorragia/ ??sofrendomuito.Como po<strong>de</strong>mos ver em (5), a expressão bater as botas parece imporrestrições a <strong>de</strong>terminados modificadores que ocorrem normalmente com overbo morrer: Por exemplo, os que implicam duração parecem nãofuncionar com bater as botas. Possivelmente, esta expressão não <strong>de</strong>nota umprocesso, mas um evento pontual, enquanto o verbo morrer po<strong>de</strong> serinterpretado como processual. E, aparentemente, os elementos conceituaisresponsáveis por esta distinção estão disponíveis para as combinaçõessintáticas <strong>de</strong> bater as botas. Finalmente, é fundamental observar que o verbobater, em seu significado lexical básico, também <strong>de</strong>nota um evento pontual.Em nosso trabalho, discutiremos vários casos que, como bater as botas,<strong>de</strong>monstram: (a) que expressões como as em (2) mantém algum grau <strong>de</strong>“composicionalida<strong>de</strong> conceitual”; e (b) que a fonte <strong>de</strong>stacomposicionalida<strong>de</strong> são elementos <strong>de</strong> significado <strong>de</strong> suas partes.UMA ANÁLISE DOS “QUANTIFICADORES CHULOS”Roberta Pires <strong>de</strong> Oliveira (UFSC/CNPq)Renato Miguel BASSO ( UNICAMP/FAPESP)O presente trabalho trata do uso das palavras ‘puta’ e ‘baita’ nos seguintescontextos:(1) Ontem eu vi um puta/baita filme.(2) João disse que viu um puta/baita filme ruim.Nessas sentenças, ‘puta’ e ‘baita’ funcionam como intensificadores, ou seja,como quantificadores so<strong>br</strong>e graus (ver Guimarães (2006)) <strong>de</strong> um adjetivoexplícito ((2)) ou não ((1)). Analisaremos alguns aspectos interessantes <strong>de</strong>tal uso <strong>de</strong>ssas palavras, que não encontram contraparte em outrosquantificadores so<strong>br</strong>e graus, como ‘muito’ e ‘bastante’, que po<strong>de</strong>m atuarso<strong>br</strong>e verbos e adjetivos, estes últimos necessariamente explícitos. Porexemplo, é possível usar ‘puta’ sem um adjetivo explícito e a interpretaçãoresultar sempre em algo positivo: com (1), não se po<strong>de</strong> estar falando <strong>de</strong> umfilme ruim. Um outro aspecto é a impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar ‘puta’ ou ‘baita’diretamente antes <strong>de</strong> um adjetivo, como abaixo:(3) Maria é (uma) puta legal.218

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