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Caderno de Resumos - Celsul.org.br

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assumidas ao longo do percurso da Lingüística Textual (LT): a concepção <strong>de</strong>contexto como entorno verbal (co-texto), como situação interativa imediata,como situação mediata (entorno sociopolítico-cultural) e como conjunto <strong>de</strong>suposições, baseadas nos saberes dos interlocutores, mobilizadas para ainterpretação <strong>de</strong> um texto (contexto socio-cognitivo). Para as autoras, estaúltima noção engloba todas as outras em função do entendimento <strong>de</strong> que “ocontexto seria um conjunto <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> natureza não objetiva, mas cognitiva,que se achariam interiorizados pelos interlocutores e seriam mobilizáveissempre que necessário em um ato <strong>de</strong> enunciação” (cf. Ker<strong>br</strong>at-Orecchioni,1996:42). Marcuschi (2004:87) chama a atenção para o fato <strong>de</strong> que ocontexto “tem um lugar cativo na produção <strong>de</strong> sentido”. Para o autor, osentido (<strong>de</strong> um texto, por exemplo) é fruto <strong>de</strong> uma operação complexa comsignos na relação com ações situadas socialmente” (op. cit.:95). Nestetrabalho, preten<strong>de</strong>mos aprofundar a discussão so<strong>br</strong>e como o texto seconstitui como um objeto <strong>de</strong> estudos a partir da compreensão <strong>de</strong>sse objetocomo uma unida<strong>de</strong> que apenas se torna completa dada a sua união com omundo sociocultural. Assumiremos, então, que a relação entre texto econtexto não é uma <strong>de</strong> in<strong>de</strong>pendência e externalida<strong>de</strong>. Assim, um textosomente po<strong>de</strong> ser compreendido como uma estrutura esquemática se oconsi<strong>de</strong>rarmos no interior <strong>de</strong> suas realizações concretas. Sua estruturaesquemática é completamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da informação “<strong>de</strong> fora”(cf.Hanks, 1989/2008). É nesse sentido que o principal objetivo do trabalho é o<strong>de</strong> mostrar como o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> contexto <strong>de</strong>senvolvido por Hanks (2006/2008)po<strong>de</strong> fornecer ferramentas analíticas que propiciem maior visibilida<strong>de</strong> àrelação <strong>de</strong> im<strong>br</strong>icação, <strong>de</strong> mútua constitutivida<strong>de</strong> entre os modos <strong>de</strong>produção do texto e os modos <strong>de</strong> convivência social e <strong>de</strong> coor<strong>de</strong>nação dasações humanas (cf. Marcuschi, 2004).LINGÜÍSTICA ENUNCIATIVA E EXTERIORIDADEValdir N. Flores (UFRGS)A relação do texto com a exteriorida<strong>de</strong> também toca <strong>de</strong> perto o campo dalingüística enunciativa, pois, como se sabe, a hipótese <strong>de</strong> base <strong>de</strong> toda teoriada enunciação é admitir que o sujeito se inscreve no âmago do sistemalingüístico.Essa inscrição – que marca a relação do sujeito com seu próprio enunciado –é <strong>de</strong>scrita nas diferentes teorias da enunciação, no mínimo, em duas direções:a) através do estudo <strong>de</strong> certas categorias gramaticais específicas (pessoa,tempo e espaço) manifestadas, por exemplo, em pronomes, verbos,advérbios etc.; b) através do exame <strong>de</strong> outros fenômenos lingüísticos cujaformalização é mais difícil, tais como as funções sintáticas (<strong>de</strong> interrogação,<strong>de</strong> intimação, <strong>de</strong> asserção), as modalida<strong>de</strong>s, as fraseologias, entre outros. Emambas, conserva-se o princípio <strong>de</strong> que o sujeito se “marca” na língua. Talprincípio recebe distintas versões nas diferentes teorias da enunciação: emAntoine Culioli são estudados os fenômenos da negação, da representaçãometalingüística em sintaxe, da quantificação, da temporalida<strong>de</strong> e do aspecto;30

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