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Caderno de Resumos - Celsul.org.br

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quantificador permite a negação sentencial em sua restrição (cf 10)mas nãono seu escopo nuclear:(10) Todos [ restrição os convidados que não comeram o bolo][ escopo tomaram sorvete].(8)*Todos [ restrição os convidados ] [ escopo não comeram o bolo].ASPECTOS DA SEMÂNTICA DA COMPARAÇÃOMETALINGÜÍSTICALuisandro Men<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Souza (PG – UFSC/CNPq)Roberta Pires <strong>de</strong> Oliveira (UFSC/CNPq)Nosso objetivo neste trabalho é apresentar alguns resultados daanálise <strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong> sentenças comparativas que têm sido referidas naliteratura como “comparação metalingüística” (CM), exemplo em (1), quedifere da chamada comparativa canônica, exemplificada em (2):(1) João é mais esperto do que inteligente.(2) João é mais inteligente do que MariaA sentença (1) é ambígua: ela po<strong>de</strong> indicar que o grau <strong>de</strong> espertezado João é maior do que o seu grau <strong>de</strong> inteligência, aproximando-se dacomparação canônica em (2), que po<strong>de</strong> ser parafraseada, seguindo já umalonga tradição (von Stechow, 1984; Kennedy, 1997; Heim, 2001, entreoutros) como o grau <strong>de</strong> inteligência <strong>de</strong> João é maior do que o grau <strong>de</strong>inteligência <strong>de</strong> Maria. Na interpretação metalingüística, o falante faz umaespécie <strong>de</strong> “correção”, indicando que é mais apropriado dizer do João queele é esperto do que dizer que ele é inteligente. Nesse sentido, ela seaproxima da negação metalingüística (‘João não é esperto, é inteligente).Mostraremos algumas proprieda<strong>de</strong>s gerais da construção <strong>de</strong> CMs em PB,quais categorias po<strong>de</strong>m ser alvo <strong>de</strong>ste tipo <strong>de</strong> comparação, contrastando comexemplos <strong>de</strong> outras línguas como o inglês e, em particular, com o grego, jáque essa língua possui gramaticalizado uma expressão que ocorre somenteem construções <strong>de</strong> CM (cf. Giannakidou & Stavrou, 2008). Descreveremos apossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> algumas estruturas serem ambíguas entre uma leituracanônica e uma leitura metalingüística. Iremos ainda mostrar que a CM nãose confun<strong>de</strong> nem com a comparação <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio (‘João é mais gordo do quePedro é alto), nem com a comparação <strong>de</strong> protótipo (‘Essa ca<strong>de</strong>ira é maisca<strong>de</strong>ira do que aquela’) Por fim, o trabalho critica a proposta semântica <strong>de</strong>Giannakidou & Stavrou (2008) para esse tipo <strong>de</strong> sentença. Essa proposta éina<strong>de</strong>quada porque a estrutura semântica é radicalmente diferente daestrutura sintática, na medida em que apenas na estrutura semântica há umpredicado intensional que indica o grau <strong>de</strong> apreciação do falante; além disso,ela gera resultados incorretos, precisamente por colocar um predicado206

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