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Caderno de Resumos - Celsul.org.br

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subjetivida<strong>de</strong> marcada pelas hesitações, pontos em que NL, AP e JNremetem, na negociação discursiva, à sua história <strong>de</strong> vida.A LÍNGUA: O “DIFERENTE” NO INTERIOR DO MESMONA GRAMÁTICAMarcia Ione Surdi (UFSM, UNOCHAPECÓ)A idéia <strong>de</strong> que a língua não se constitui como um objeto homogêneo e simcomo um conjunto em que tem lugar adiversida<strong>de</strong>/varieda<strong>de</strong>/heterogeneida<strong>de</strong>, não causa maior estranhamentoàqueles que tomam a língua e suas materialida<strong>de</strong>s como objeto <strong>de</strong> estudo eanálise. Para a elaboração <strong>de</strong>ste trabalho, partimos da possibilida<strong>de</strong> do“diferente” fazer parte do mesmo, da heterogeneida<strong>de</strong> ser constitutivadaquilo que aparentemente é da or<strong>de</strong>m do homogêneo: as gramáticasnormativas. Tomamos por base teórica a Análise <strong>de</strong> Discurso, <strong>de</strong>stacando asnoções <strong>de</strong> gramatização e gramática, segundo Auroux (1992) e Orlandi(2007), respectivamente; a noção <strong>de</strong> <strong>de</strong>signação, conforme Guimarães(1995/2005), bem como as noções <strong>de</strong> normal e anormal, a partir <strong>de</strong>Canguilhem (2002). Partimos da noção <strong>de</strong> que gramáticas, conforme Orlandi(2007), são objetos históricos, são instrumentos lingüísticos e constituem umlugar <strong>de</strong> construção e representação da unida<strong>de</strong> e da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>(Língua/Nação/Estado), através do conhecimento, em uma tentativa <strong>de</strong>salvaguardar a língua. Esse movimento <strong>de</strong> salvaguardar a língua está ligadoao processo <strong>de</strong> gramatização, ou seja, sistematizar para transmitir o saberlingüístico. Isso implica em distinguir quem sabe e quem não sabe a línguacorretamente. O saber gramatical indica a escolarida<strong>de</strong> do sujeito e lhe dá oestatuto <strong>de</strong> falar corretamente porque domina as regras da língua através dasua <strong>de</strong>scrição. Quanto à gramatização, Auroux a <strong>de</strong>fine (1992, p. 65) como“o processo que conduz a <strong>de</strong>screver e a instrumentar uma língua na base <strong>de</strong>duas tecnologias, que são ainda hoje os pilares <strong>de</strong> nosso saber lingüístico: agramática e o dicionário.” Caracterizamos o processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>signação <strong>de</strong>acordo com Guimarães (1995, p. 74), o qual afirma que “a relação <strong>de</strong><strong>de</strong>signação é uma relação instável entre a linguagem e o objeto, pois ocruzamento <strong>de</strong> discursos não é estável, é ao contrário, exposta à diferença”.Quando se <strong>de</strong>signa, um sentido é instaurado e, como conseqüência, apagamseoutros possíveis sentidos. Para constituir nosso corpus <strong>de</strong> análise,tomamos como materialida<strong>de</strong> lingüística o texto que compõe a Introduçãoda 31ª edição da Gramática Normativa da Língua Portuguesa, <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong>Rocha Lima. Foram selecionadas seqüências discursivas que apresentamtermos e <strong>de</strong>finições que remetem aos sentidos <strong>de</strong> norma e “diferente”. Emrelação à noção <strong>de</strong> norma, <strong>de</strong>stacamos: a unificação, força coercitiva,disciplinante, conservadora. Para a noção <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> e heterogeneida<strong>de</strong>,“diferente”, <strong>de</strong>stacamos: a diferenciação, força natural, espontânea<strong>de</strong>sagregadora. Os primeiros resultados indicam que, mesmo a gramáticasendo normativa, há espaços em que o “diferente” emerge, escapa docontrole prescritivo.411

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