13.07.2015 Views

Caderno de Resumos - Celsul.org.br

Caderno de Resumos - Celsul.org.br

Caderno de Resumos - Celsul.org.br

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

VariaçãoQUANTO MAIS EU VIVO, MENOS SUJEITO ME APARECE: UMESTUDO SOBRE O PREENCHIMENTO DO SUJEITOPRONOMINAL NA FALA E NA ESCRITA DE JOVENS DEFLORIANÓPOLISChristiane Maria Nunes <strong>de</strong> Souza (UFSC)Patricia Floriani Sachet (UFSC)Foi observado o preenchimento do sujeito pronominal em oraçõescoor<strong>de</strong>nadas no dialeto <strong>de</strong> jovens estudantes do Ensino Médio e do EnsinoFundamental em um colégio da Gran<strong>de</strong> Florianópolis. O corpus foiconstituído <strong>de</strong> dados <strong>de</strong> fala e <strong>de</strong> escrita. Dos quatro tipos <strong>de</strong> variaçãoexistentes, nós utilizamos a variação diamésica, ou seja, variação através domeio. Fizemos uma comparação entre o preenchimento do sujeitopronominal na fala e na escrita, observando a gran<strong>de</strong> distância que há entreestes dois meios. "A variação diamésica compreen<strong>de</strong>, antes <strong>de</strong> mais nada, asprofundas diferenças que se observam entre a língua falada e a língua escrita.Uma longa tradição escolar acostumou as pessoas a vigiar a escrita e a darmenos atenção à fala, por isso muita gente pensa que fala da mesma formaque escreve” (BASSO e ILARI, 2006, p.181). Comprovamos que na escritahá menos preenchimento do sujeito pronominal, já que é mais monitorada econservadora, enquanto na fala encontramos um aumento do preenchimentodo sujeito pronominal, pois esta é menos monitorada. Partimos do princípio<strong>de</strong> que a língua portuguesa do Brasil era classificada como uma língua prodrop,ou seja, que apresentava um gran<strong>de</strong> índice <strong>de</strong> não-preenchimento daposição <strong>de</strong> sujeito ou <strong>de</strong> sujeito nulo, e nos últimos tempos vemapresentando uma mudança em direção ao pro, ou seja, um aumento darealização do sujeito pronominal. Esta mudança <strong>de</strong>u-se <strong>de</strong>vido à outramudança – fenômeno <strong>de</strong> encaixamento lingüístico -, que foi a mudançamorfêmica no paradigma verbal flexional do português do Brasil, o queacarretou a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> preencher o sujeito, para que a oração nãoapresentasse ambigüida<strong>de</strong>. Nossa pesquisa <strong>de</strong>u ênfase ao fator externo daescolarida<strong>de</strong>, pois um <strong>de</strong> nossos objetivos foi comprovar que, à medida queaumentamos o grau <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>, preenchemos menos o sujeitopronominal. Defen<strong>de</strong>mos, também, a hipótese <strong>de</strong> a língua portuguesa doBrasil ter passado do fator mais "pro-drop" para o menos "pro-drop". Nossashipóteses foram levantadas com o suporte teórico da lingüista Maria EugêniaLamoglia Duarte, já conhecida por sua atuação em pesquisas so<strong>br</strong>e opreenchimento do sujeito pronominal. Como resultados, reforçamos asconclusões que outros lingüistas vêm apresentando: com a mudançaflexional do paradigma verbal do português do Brasil, o preenchimento dosujeito pronominal, que antes era menos freqüente, passou a ser maisutilizado, principalmente na fala dos jovens. Já na escrita, estepreenchimento vai sendo reduzido conforme o nível <strong>de</strong> escolarida<strong>de</strong>.467

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!