13.07.2015 Views

Caderno de Resumos - Celsul.org.br

Caderno de Resumos - Celsul.org.br

Caderno de Resumos - Celsul.org.br

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Afirmam os gramáticos que estudam a evolução do Latim para o PortuguêsAntigo que as seqüências <strong>de</strong> obstruintes foram <strong>de</strong>saparecendo por meio <strong>de</strong>processos como vocalização (noctem > noite), assimilação (dictum > ditto)e apagamento (pigmenta > pimenta). Dessa forma, no Português Antigo,essas seqüências não existiriam mais. Contudo, basta uma simples consultaao Dicionário Aurélio Eletrônico – Século XXI para verificar que, hoje,encontramos cerca <strong>de</strong> 5 mil itens lexicais com seqüências <strong>de</strong> obstruintes:advogado, néctar, pacto, etc. A análise <strong>de</strong> 11 gramáticas antigas da LP,começando com Oliveira (1536), nos revela que seqüências <strong>de</strong> obstruintesreaparecem no Português Mo<strong>de</strong>rno (século XVI). No Renascimento, o latimfoi a fonte on<strong>de</strong> beberam nossos primeiros gramáticos, com o objetivo <strong>de</strong>fixar o idioma e nomear as <strong>de</strong>scobertas do novo mundo. Assim, porinfluência clássica, estruturas pouco comuns à nossa língua voltam a fazerparte <strong>de</strong> nosso léxico: palavras novas mantêm a escrita “original” e palavrasantigas ora recuperam o étimo, ora não (sustantivo > substantivo, masfruito~frutto > *fructo). De acordo com Câmara Jr (1976), ao reingressaremna língua, por via erudita, sílabas travadas por oclusivas a<strong>de</strong>quaram-se àscondições <strong>de</strong> boa formação silábica do português, sendo então conseqüente arealização da epêntese para resolver esses casos (dig-no > di-gui-no). Talafirmação parece ser verda<strong>de</strong>ira sincronicamente, contudo po<strong>de</strong> não o ser emtermos diacrônicos. O que garantiu que uma estrutura marcada fossereinserida na língua portuguesa po<strong>de</strong> não ser essa reestruturação silábica,uma vez que a epêntese é um fenômeno típico do Brasil e apresenta variaçãoem sua ocorrência, po<strong>de</strong>ndo ocorrer apagamento ou manutenção em codasilábica da última consoante (Bisol, 1999). Neste trabalho, buscamosenten<strong>de</strong>r a recuperação das seqüências <strong>de</strong> obstruintes quanto aoencaixamento lingüístico: o que ocorreu na gramática do português narecuperação <strong>de</strong>ssas formas marcadas? A resposta a essa pergunta buscamosnos pressupostos teóricos da Teoria da Otimida<strong>de</strong> (Prince & Smolensky,1993), em especial no trabalho <strong>de</strong> Holt (1997), que pesquisou a eliminaçãodas oclusivas geminadas e a vocalização <strong>de</strong> clusters velares-coronais doLatim para o Português Antigo. Observando as alterações ocorridas doPortuguês Antigo para o Clássico, analisaremos a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> essamudança ser <strong>de</strong>scrita como resultado <strong>de</strong> alteração no ranking <strong>de</strong> restrições <strong>de</strong>nossa língua.VARIANTES DA LATERAL PÓS-VOCÁLICA NA REGIÃO SUL:O PAPEL DAS VARIÁVEIS LINGÜÍSTICAS ENVOLVIDASGisela Collischonn (UFRGS)Laura Rosane Quednau (UFRGS)O português <strong>br</strong>asileiro caracteriza-se pela realização predominante da lateralpós-vocálica como semivogal; há, no entanto, outras realizações possíveis,como a lateral alveolar ou a velarizada. Essas parecem restritas, <strong>de</strong> acordocom diversos levantamentos realizados, à região Sul. Apresentamos uma377

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!