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Caderno de Resumos - Celsul.org.br

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texto tem como base o discurso do presi<strong>de</strong>nte do INSS, V.M. Simão, que<strong>de</strong>clarou que a existência <strong>de</strong> filas em frente aos postos da Previdência,ocorre por uma “questão cultural”. No texto, estão presentes o L 1 (Simão),cujo enunciador tem como ponto <strong>de</strong> vista, a existência da questão cultural,portanto existência <strong>de</strong> filas, e o L 2 (autor) responsável pelo texto e tambémpelo enunciador que discorda <strong>de</strong> L 1 . O L 2 ao não concordar com os pontos<strong>de</strong> vista absurdos, apresentados na íntegra do texto, i<strong>de</strong>ntifica-os a L 1 ecritica não só o responsável pelo enunciado, mas o partido político do PTcomo um todo. Ao finalizar esse estudo, se observou o cumprimento dascondições exigidas por Ducrot para os enunciados humorísticos, inclusive acondição da ironia, respeitando, so<strong>br</strong>etudo, a crença <strong>de</strong> que o humor étambém um fenômeno lingüístico que as teorias lingüísticas <strong>de</strong>vem permitircompreen<strong>de</strong>r.DESFAZENDO MAL-ENTENDIDOS PELA TEORIA DOS BLOCOSSEMÂNTICOSSilvane Costenaro (UPF)Telisa Furlanetto Graeff (UPF)Este trabalho procura explicitar a origem <strong>de</strong> mal-entendidos que ocorrem emdiálogos, com base em princípios e conceitos <strong>de</strong> semântica argumentativa,especialmente os <strong>de</strong>senvolvidos por Ducrot e Carel na Teoria dos BlocosSemânticos (daqui em diante TBS), iniciada por Carel em 1992. Essa teoriamantém e consolida a tese <strong>de</strong> que a argumentação está marcada na própriaestrutura lingüística (Ducrot e Anscom<strong>br</strong>e, 1983). Segundo a TBS,argumentar é convocar blocos semânticos. Nessa direção, propõe que seatribua como “sentido” a uma entida<strong>de</strong> lingüística um conjunto <strong>de</strong>enca<strong>de</strong>amentos argumentativos em DC( = portanto) e em PT (= mesmoassim) e postula dois modos pelos quais um aspecto argumentativo po<strong>de</strong>estar associado às palavras cujo sentido ele constitui: o externo, referente aosenca<strong>de</strong>amentos argumentativos que po<strong>de</strong>m prece<strong>de</strong>r ou seguir a entida<strong>de</strong>, e ointerno, que correspon<strong>de</strong> aos enca<strong>de</strong>amentos que a parafraseiam. Assumindoessa noção <strong>de</strong> argumentação discursiva, são analisados dois diálogos em quese po<strong>de</strong> perceber o surgimento do mal-entendido, em virtu<strong>de</strong> das diferentespossibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> argumentação externa <strong>de</strong> uma entida<strong>de</strong> lingüística e dofato <strong>de</strong> o sentido argumentativo se constituir unicamente no bloco semântico,sendo expresso por rum enca<strong>de</strong>amento argumentativo <strong>de</strong>sse bloco. Percebeseque o mal-entendido foi ocasionado pelo fato <strong>de</strong> os interlocutoresassociarem a uma mesma entida<strong>de</strong> lingüística argumentações externasdiferentes, as quais produziram sentidos completamente diversos. Como osentido se constitui no bloco, resultou que o objeto do discurso não era omesmo, daí o mal-entendido. A análise realizada é mais uma evidência <strong>de</strong>que os blocos formados revelam não o sentido que <strong>de</strong>riva dos conceitos daspalavras tomadas isoladamente, mas o sentido produzido pelainter<strong>de</strong>pendência existente entre elas, isto é, que o bloco semântico, expressono enca<strong>de</strong>amento argumentativo, constrói.177

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