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Anais DCIMA Final-1

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Página 13<br />

Machado de Assis, Drummond, Mário de Andrade, entre outros escritores indiscutivelmente canônicos,<br />

segundo a crítica, embora possivelmente não tenham lido suas obras na íntegra, devido a vários motivos, com<br />

destaque à estratégia de ensino usada na escola e à carga horária insuficiente destinada à disciplina. Entretanto,<br />

se os questionarmos sobre Dalcídio Jurandir, Bruno de Menezes, Walcyr Monteiro ou Benedicto Monteiro a<br />

realidade possivelmente será diferente, a maioria talvez nunca tenha escutado esses nomes, muito menos lido<br />

suas obras. Dessa forma, é questionável não só a formação leitora destes alunos, mas, principalmente, o uso<br />

da literatura como ferramenta de propagação cultural.<br />

Em suma, este trabalho será aprofundado a partir de uma pesquisa documental realizada em registros<br />

oficiais disponibilizados pelo governo para a orientação dos professores, como a Lei de Diretrizes e Bases da<br />

Educação (LDB) nº 9394/96; os Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio (PCNEM); os Parâmetros<br />

Curriculares Nacionais + Ensino médio (PCN+). Como principal fundamentação teórica para a análise<br />

documental será utilizado Cereja (2004).<br />

1. Por que discutir o ensino de Literatura amazônica na Amazônia?<br />

Os seres humanos não estão ilesos à literatura, se consideradas todas as manifestações culturais de ar<br />

poético, ficcional ou dramático em uma sociedade. Com base nisso, introduz-se uma importante discussão no<br />

âmbito educacional: o ensino da literatura, em especial a literatura produzida na Amazônia. A partir disso,<br />

Cândido (1995) discute o papel formador da literatura:<br />

Por isso é que nas nossas sociedades a literatura tem sido um instrumento<br />

poderoso de instrução e educação, entrando nos currículos, sendo proposta a<br />

cada um como equipamento intelectual e afetivo. [...] Isso significa que ela tem<br />

papel formador da personalidade, mas não segundo as convenções; seria antes a<br />

força indiscriminada e poderosa da própria realidade (CÂNDIDO, 1995, p. 243).<br />

É curioso observar nas palavras de Cândido (1995) a ideia que a literatura não forma o indivíduo a<br />

partir das convenções, mas a partir da “própria realidade”. Nesse sentido, resgata-se a necessidade de<br />

representatividade da realidade do aluno envolvido no processo de ensino-aprendizagem.<br />

Ademais, utilizar a literatura amazônica durante as aulas da disciplina na região é um meio tanto para<br />

auxiliar na formação identitária dos educandos quanto para incluí-los ativamente no processo de ensinoaprendizagem,<br />

uma vez que os temas partem da sua realidade sociocultural, como sabiamente sugere Paulo<br />

Freire:<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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