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Anais DCIMA Final-1

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Página 49<br />

Quadro 2: Excertos relativos ao papel de esposa/ companheira<br />

• Ver que aquilo dali não é normal, e que a pessoa<br />

casou ou tá convivendo junto pra ser feliz, não pra ser<br />

maltratada, (Gérbera)<br />

• Como eu estava falando, meu ex-marido. Até hoje ele<br />

continua me ameaçando, né?(Dália)<br />

• O meu marido, ele batia em mim. (Acácia)<br />

• Aí, acha que, casando, vai ter uma vida boa, com seu<br />

marido, que nem a mãe viveu com o pai, né?<br />

(Azaleia)<br />

• Aí, de repente,a gente se une com uma pessoa, né?<br />

Pra viver tudo aquilo que a gente nunca viveu na<br />

infância. (Azaleia)<br />

Eu não arrumei uma pessoa pra tá...viver espancada, eu não<br />

vivia sendo espancada,para viver com violência dentro de<br />

casa,(Azaleia)<br />

Fonte: Elaborado pelas autoras<br />

Todas as participantes, exceto Glicínia, manifestaram-se sobre o papel social de esposa/ companheira<br />

que vivenciaram, falando de sua decepção em relação ao casamento, à união com seus companheiros, pois<br />

tinham expectativas muito diferentes. Sabiam de suas responsabilidades no casamento/ na união e esperavam<br />

ter uma vida melhor, feliz, sem agressões físicas ou de outra ordem, constituir família e realizar outros sonhos,<br />

mas depararam-se com uma realidade difícil e cruel, de muito sofrimento por si mesmas e por seus filhos,<br />

como resultado de ameaças, humilhações, agressões e privações frequentes.<br />

Quadro 3: Excertos relativos ao papel de filha<br />

• Então ele era meu pai, só que não demonstrava isso. E com a minha mãe,<br />

ele era agressivo, mas não batia nela, era só em mim. As agressões dele<br />

eram só comigo. (Glicínia)<br />

• Eu já chamava ele de monstro, eu, eu não conseguia mais pronunciar a<br />

palavra pai, assim, e quando ele saía, minha mãe chorava. (Glicínia)<br />

• Eu ficava muito triste, muito triste mesmo, quando eu via minha mãe se<br />

lamentando, [...] eu não aguentava ver ela sofrer no meu lugar. Eu não<br />

suportava a ideia. Então, eu via ela chorando daquele jeito, eu sofria.<br />

Então eu resolvi sair de casa, (Glicínia)<br />

Aí, acha que, casando, vai ter uma vida boa, com seu marido, que nem a mãe<br />

viveu com o pai, né? É, nunca presenciou esse tipo de caso que eu nunca<br />

presenciei na minha infância. Nunca vi meu pai maltratando minha mãe. (Azaleia)<br />

Fonte: Elaborado pelas autoras<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

Avenida dos Portugueses, 1.966 - São Luís - MA - CEP: 65080-805

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