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Anais DCIMA Final-1

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Página 240<br />

A Teoria da Enunciação tem por postulado básico que não basta ao linguista preocupado com questões<br />

de sentido descrever os enunciados efetivamente produzidos pelos falantes de uma língua: é preciso levar em<br />

conta, simultaneamente, a enunciação – ou seja, o evento único e jamais repetido de produção do enunciado.<br />

Isto porque as condições de produção (tempo, lugar, papeis representados pelos interlocutores, imagens<br />

recíprocas, relações sociais, objetivos visados na interlocução) são constitutivas do sentido do enunciado: a<br />

enunciação vai determinar a que título aquilo que se diz é dito. (KOCH, 2001, p.13-14)<br />

No processo interacional da linguagem, entram em jogo os objetivos a serem atingidos, os contatos<br />

que se quer firmar, os efeitos que se quer causar, os comportamentos que podem ser coadunados, ou seja, como<br />

um sujeito busca influenciar outro para obter uma ação ou reação. E nessa ótica, Koch (2001, p.30) afirma que<br />

“o uso da linguagem é essencialmente argumentativo: pretendemos orientar os enunciados que produzimos no<br />

sentido de determinadas conclusões”.<br />

Dentro da Teoria da Argumentação na Língua, Ducrot (1989) postulou que a argumentação produz<br />

traços na organização linguística da frase. Ou seja, nos enunciados existem operadores argumentativos (termo<br />

cunhado por Ducrot), marcas que favorecem ao locutor direcionar o interlocutor a tirar certas conclusões. A<br />

eficácia de uma argumentação está na utilização dessas marcas discursivas.<br />

Koch (2001) leciona que:<br />

“É a esses mecanismos que se costuma denominar marcas lingüísticas da<br />

enunciação ou da argumentação [...] Outras vezes, tais elementos são<br />

denominados modalizadores – também em sentido amplo – já que têm a função<br />

de determinar o modo como aquilo que se diz é dito. (KOCH, 2001, p.29)<br />

Neste artigo, procurou-se identificar, em pequenos trechos de textos on-line, as principais marcas<br />

linguísticas argumentativas à luz dos postulados de Ducrot (1972), reestudados por Koch, no seu livro A inter<br />

– ação pela linguagem (2001), quais sejam: os operadores argumentativos – que representados por<br />

elementos gramaticais da língua, apontam a força argumentativa dos enunciados; os – marcadores de<br />

pressuposição – os que são configurados pelos operadores argumentativos em geral e transmitem ideias<br />

adicionais que, sem eles, seriam de difícil ou impossível entendimento, e, por último, aliando-se essas marcas<br />

elencadas por Koch (2001), passou-se à identificação de técnicas argumentativas na visão de Perelman &<br />

Tyteca. Escolheram-se apenas dois tipos de argumentos – quais sejam: o argumento de autoridade, o argumento<br />

pragmático.<br />

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