Anais DCIMA Final-1

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2. A ‘Nova Retórica’ e outras contribuições relevantes
A partir de meados do século XX, com uma volta ao pensamento aristotélico, os estudos em retórica
foram retomados e a argumentação renasceu. A racionalidade descrita por Aristóteles foi revisitada por vários
filósofos. O primeiro, Chaïm Perelman, motivado por sua insatisfação com o formalismo cartesiano,
encontrou, na obra de Aristóteles, a base para a ‘Nova Retórica’ – como é conhecida a sua Teoria da
Argumentação-, retomando, assim, a retórica e a dialética aristotélica.
A ‘Nova Retórica’ de Perelman e Olbrechts-Tyteca (1996) trata-se, portanto, de um conjunto de
tratados e pressupostos teórico-metodológicos sobre a argumentação baseados no pensamento aristotélico, que
tem sido de grande ajuda nas investigações que envolvem a razão prática. Desta forma, é cada vez maior o
interesse que desperta a argumentação em diversas áreas do conhecimento humano, tais como a Linguística, a
Psicologia, a Educação etc.
Na Linguística, os estudos sobre a argumentação aprofundaram-se e expandiram-se com a obra de
Ducrot e Anscombre (1976, 1980 e 1997), postulando a Teoria da Argumentação na Língua, assim como com
os trabalhos de Adam (1992) sobre a concepção de argumentação como sequência composicional de
enunciados; e, no âmbito da Análise do Discurso, a proposta de Análise Argumentativa, de Amossy (2000),
que reúne vários enquadramentos teóricos e defende as contribuições das estratégias argumentativas ao locutor
na sua construção da imagem do real, de si mesmo e do Outro.
3. Linguagem e o discurso argumentativo
O homem, em decorrência de sua necessidade de viver em sociedade, vem buscando, ao longo de sua
existência, aprimorar e aumentar as suas formas de comunicação, aperfeiçoando cada vez mais.
Como resultado desse processo permanente dos estudos sobre a linguagem, aprofundaram-se e
estenderam as suas fronteiras, ampliando a sua área de abrangência significativamente.
Nesse processo é fundamental que se entenda a importância da linguagem. A linguagem é
conhecimento, é comunicação. A linguagem está associada à faculdade de pensar, de arguir, de redarguir. Ela
cria, interpreta, decifra significações e no sentido amplo, liga-se aos fatores físicos, socioculturais, psicológicos
e linguísticos.
Citelli (2000) afirma que a linguagem é uma forma de ação e mais, mostra que:
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