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Anais DCIMA Final-1

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Página 80<br />

passando ao leitor não iniciado na área a ideia de que as coisas acontecem de maneira simples e eficiente no<br />

nosso organismo.<br />

No texto 3, no trecho “A perda das folhas é totalmente programada pela árvore.”, o discurso<br />

teleológico de que um “programa” determina o que irá acontecer na planta está novamente presente. Ao<br />

explicar a queda das folhas no inverno (senescência), a autora afirma que é “totalmente programada pela<br />

árvore”, não contextualizando que esse fenômeno acontece principalmente em situações de estresse vegetal.<br />

A planta com habilidades cognitivas<br />

Outra característica identificada nas expressões teleológicas dos textos foi a planta com “habilidade<br />

de tomar decisões”. Como por exemplo em um trecho do texto 4 “Isso, porque ele prefere canalizar suas<br />

energias para a formação de novos brotos.”. Ao explicar os fatores de crescimento da planta, a autora usa a<br />

expressão “ele prefere”, dando a ideia de que o bambu tem habilidade de escolha sobre seus mecanismos<br />

fisiológicos.<br />

No texto 19 a autora ao falar do jardim que abriga uma coleção mundial de plantas venenosas, acaba<br />

gerando em vários momentos a ideia de que as plantas são assassinas, e que sua toxidade é usada para matar<br />

humanos, como nesse trecho “um jardim mortal seria bem mais interessante e que curiosos o procurariam<br />

para saber quais espécies podem matar e o poder assassino ao ser exposto a cada uma dessas plantas”. Em<br />

outro trecho desse mesmo texto é usada uma ideia similar “Existem plantas tóxicas que podem matar ou<br />

adoecer apenas através do toque ou aspiração.”, e também aparece de maneira mais explícita que as plantas<br />

realmente são assassinas, como nesse trecho “É preciso tomar muito cuidado com todas elas, pois algumas<br />

flores são tão lindas apesar de mortais, e outras parecem tão inofensivas que é difícil imaginar seu perigo”.<br />

Esse tipo de expressão como, “jardim mortal”, “plantas que podem matar” etc, aparecem em vários momentos<br />

do texto e em nenhum momento é feita a explicação de fatores evolutivos do surgimento da toxidade dessas<br />

plantas, o que pode induzir o leitor a achar que as plantas são realmente assassinas.<br />

A planta com características humanas<br />

As expressões antropomórficas, apesar de menos frequentes nos textos, também geram uma ideia<br />

equivocada sobre as plantas. Como por exemplo no texto 2, a autora ao explicar o crescimento das plantas,<br />

gera a ideia de que as plantas podem engordar da mesma forma que outros animais, como nesse trecho “E<br />

Universidade Federal do Maranhão – Cidade Universitária Dom Delgado<br />

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