Anais DCIMA Final-1

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O SERINGAL E A METÁFORA DO POLVO
Luis Fernando Ribeiro ALMEIDA; José Guilherme de Oliveira CASTRO
Universidade da Amazônia (UNAMA)
fernandoalmeida15@yahoo.com.br; zevone@superig.com.br
Resumo. Este artigo configura-se como uma peça de um grande quebra-cabeça: a
compreensão da face amazônica do escritor Euclides da Cunha, e especialmente, sua
atenção dada aos seringueiros em toda sua situação de exploração. Subsidiando-se na
noção de metáfora e suas relações na composição textual, o presente estudo tem por
objetivo discutir a associação feita pelo autor entre a organização de um seringal e a
estrutura de um polvo, aproximação feita no seu texto “Entre os seringais”, publicado em
1906 na revista Kosmos, como resultado de sua passagem pela região amazônica.
Palavras-chave: Metáfora; Amazônia; Euclides da Cunha.
Introdução
Pensar em Amazônia é trazer à mente todo um cenário maravilhoso, povoado de mitos e lendas, espaço
exótico, fruto da curiosidade de missionários, estudiosos, escritores que desde o século XVI retratam a região
aos olhos dos seus interesses, evidenciando ou silenciando este ou aquele componente regional.
No horizonte de interpretações do espaço amazônico, o escritor Euclides da Cunha insere-se nesse
contexto como aquele que trouxe à baila da sociedade o drama vivido pelos seringueiros no começo do século
XX, precisamente na região do estado do Acre. Ao revelar essa problemática, o autor insere o seringueiro
dentro de uma tradição de escrita, ao lado de figuras já tradicionais como o indígena, o caboclo, o ribeirinho
muito utilizadas na tradição literário do período. Tal inserção desse trabalhador da floresta pode ser verificada
em produções posteriores de autores como Alberto Rangel, Peregrino Júnior, Sérgio D.T. Macedo, bem como
autores acreanos a exemplo da escritora Florentina Esteves.
A proposta aqui é justamente tomar a escrita de temática amazônica de Euclides da Cunha como um
elo importante na compreensão do ideário amazônico. No que diz respeito ao debate aqui a ser realizado, focase
na análise do texto “Entre os seringais”, publicado na revista Kosmos em 1906. Nesse texto o escritor
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