Anais DCIMA Final-1

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que, há muito se discute a importância de se agregar espírito crítico reflexivo na formação de nossos estudantes
de Ensino Médio. Entretanto, ainda nos deparamos com alguns métodos de ensino presos a procedimentos
ortodoxos e, ao mesmo tempo, desconectados com as realidades que os alunos encontram foram da instituição
escola. Falamos, aqui, da realidade amplamente multimídia que as sociedades contemporâneas estão, cada vez
mais, inseridas e a múltipla diversidade cultural presente no Brasil.
Logo, a disciplina Estágio Supervisionado II, promove um laboratório de escrita/pesquisa, que propõe
acompanhar, analisar, questionar e desconstruir, quando possível, a produção de algumas manifestações
linguísticas, imagens, imaginários, representações sobre a região e seus habitantes, sem esquecer-se de sondar
conexões e distanciamentos com relação ao sujeito como produtor e receptor de texto. Objeto de análise
principal de investigação dos alunos-pesquisadores aqui envolvidos.
Deve-se observar, portanto, em primeiro lugar que, se a concepção de linguagem adotada no ensino
médio é dialógica, se as ciências humanas têm objetos dialógicos, também suas ideias sobre o homem e a vida
são marcadas pelo princípio dialógico:
A alteridade define o ser humano, pois o outro é imprescindível para a
concepção: é impossível pensar no homem fora das relações que o ligam outro.
Em síntese, ‘a vida é a dialógica por natureza’ (BRAIT, 2005, p.28).
É neste quadro, portanto, que tomam forma, conteúdo e sentido as vertentes dialógicas de
linguagem e de discurso que mais de perto nos interessam. Fazendo aflorar novas perspectiva de interatividade
em que o aluno da Universidade do Estado do Pará, aqui chamado aluno-pesquisador, não quer apenas receber,
quer compartilhar. Quer comunicar.
Assim sendo, tomamos como questões norteadoras para a elaboração da nossa pesquisa “Um novo
olhar sobre Literatura africana: O letramento, enquanto inserção, discurso e construção de identidades.”;
primeiramente: a quem comunicar na Amazônia Paraense? Pensamos em escolher os alunos de escola pública,
uma vez que nesses espaços mantém-se uma precariedade no que tange ao ensino da língua materna; assim, é
preciso aplicar projetos que visem estruturar leitura e escrita, em específico o ensino voltado às produções
literárias africanas.
Não obstante, a leitura caracteriza a relação racional entre o indivíduo e o mundo que o cerca. Para
Zilberman (1993), não se pode apenas enfatizar o valor da leitura, mas sim que ela faça sentido enquanto obra
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